Belgas ainda recebem pensão criada por Hitler por apoiar nazismo
Deputados do Partido Socialista belga querem que o governo aborde com urgência a contribuição que é paga a 27 colaboradores nazistas na 2ª Guerra
Internacional|Da EFE
Cerca de 27 belgas ainda recebem pensão da Alemanha por terem colaborado com o regime nazista durante a Segunda Guerra, mostrando "fidelidade, lealdade e obediência", informou o jornal local De Morgen.
A comissão das Relações Exteriores do Parlamento federal da Bélgica examinará, nesta terça-feira (19), um pedido apresentado por deputados do Partido Socialista e da formação liberal DéFi que pede ao Governo que aborde "urgentemente este problema através dos canais diplomáticos".
Foi o próprio Adolf Hitler que garantiu a pensão a cerca de 38 mil belgas, em 1941.
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Segundo o investigador Alvin De Conick, após 74 anos do final do conflito bélico, essa pensão oscilaria entre 425 e 1.275 euros. Alvin é filho de um membro da resistência e membro do grupo belga Remembrance de sobreviventes de campos de concentração nazista.
"Os anos passados em uma prisão belga, depois de uma condenação por colaboraçã, são considerados tempo de trabalho (...), enquanto os belgas que tiveram que trabalhar na Alemanha durante a guerra como trabalhadores forçados receberam uma compensação de 50 euros ao mês depois da guerra", acrescentou De Coninck em declarações divulgadas pela agência Belga.
País neutro ao início da Segunda Guerra Mundial, a Bélgica entrou em guerra em maio de 1940 após uma invasão alemã de 18 dias que quase não encontrou resistência e que acabou com a rendição do então monarca Leopoldo III.
A Bélgica permaneceu ocupada até 1944 e desde 1995 sua legislação contempla como crime o negacionismo do Holocausto.