Berlusconi defende Putin e diz que ele foi 'pressionado' a invadir a Ucrânia
Ex-chefe de governo e magnata das comunicações italiano disse que o objetivo da ação russa era 'substituir o governo de Zelenski por um de pessoas decentes'
Internacional|Do R7
Para o ex-chefe de governo e magnata das comunicações italiano Silvio Berlusconi, o presidente russo Vladimir Putin foi "pressionado" a invadir a Ucrânia para "substituir o governo de (Volodmir) Zelenski por um governo de pessoas decentes". A explicação foi dada em um programa na televisão pública, na última quinta-feira (22) à noite.
"Putin se viu em uma situação realmente difícil e dramática", disse o líder do Forza Italia [direita], que concorre às eleições legislativas no próximo domingo (25) com uma coalizão com a extrema-direita.
Berlusconi, que visitou a Crimeia depois que a península foi anexada pela Rússia, em 2014, é considerado "amigo" de Putin, a quem convidou várias vezes à sua mansão particular, na ilha da Sardenha.
"Putin foi pressionado pela população russa, por seu partido e por seus ministros a inventar essa operação especial", disse.
"Uma missão das duas repúblicas pró-Rússia do Donbass foi a Moscou, falou com todo mundo, rádio, imprensa, televisão, com pessoas do partido [de Putin], com ministros, e disse: 'Zelenski intensificou os ataques contra nossas forças em nossas fronteiras. Já custou 16 mil mortos. Por favor, defenda-nos."
"As tropas russas deveriam entrar na Ucrânia, chegar a Kiev em uma semana, substituir o governo Zelenski por um governo de pessoas decentes e retornar em uma semana", explicou o magnata no programa político popular Porta a Porta.
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"Mas encontraram resistência inesperada, que foi alimentada com armas de todos os tipos pelo Ocidente", enfatizou. "A guerra já dura mais de 200 dias, a situação se tornou muito difícil, e me sinto mal quando ouço falar dos mortos, porque sempre considerei a guerra como a loucura da loucura", concluiu.
As declarações de Berlusconi geraram todo tipo de reação, razão pela qual, nesta sexta-feira (23), ele reiterou que considera qualquer guerra "injustificável" e reafirmou seu apoio à Otan, à União Europeia e aos Estados Unidos.