Biden declara apoio a protestos nos EUA, mas condena distúrbios
Candidato democrata à presidência disse compreender o trama dos negros no país e disse que é correto protestar contra a brutalidade policial
Internacional|Da EFE
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, e atual pré-candidato democrata à presidência, Joe Biden condenou neste domingo (31) os distúrbios ocorridos nos últimos dias derivados dos protestos contra o assassinato de George Floyd, homem negro sufocado até a morte por um policial branco, e afirmou que o país não pode permitir que a dor o destrua.
"Somos uma nação com dor, mas não podemos permitir que esta dor nos destrua. Somos uma com raiva, mas não podemos permitir que a raiva nos consuma. Somos uma nação exausta, mas não podemos permitir que o cansaço nos derrote", disse em comunicado.
Biden acrescentou que, nos últimos dias, foi feito um manifesto de que os EUA são um país "furioso por justiça".
"Qualquer pessoa consciente pode compreender o trauma que os negros experimentam neste país, desde indignações diárias à violência extrema, como o horrível assassinato de George Floyd", declarou.
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Floyd morreu enquanto estava sendo detido na segunda-feira passada, em Minneapolis. O policial Derek Chauvin pressionou Floyd contra o chão com o joelho em seu pescoço durante quase nove minutos, provocando uma morte por sufocamento.
A brutalidade policial desencadeou uma onda de protestos e distúrbios, com saques, incêndios e repressão da polícia em Minneapolis e outras cidades dos EUA.
Biden reconheceu que "é correto e necessário" protestar contra a brutalidade policial, "uma resposta completamente americana", mas advertiu que "queimar comunidades e a destruição desnecessária não são, nem a violência que coloca vidas em risco".
"Nunca deveria ser permitido o ato de protestar ofusque a razão do nosso protesto", comentou.
O pré-candidao pediu para que os Estados Unidos se juntem a ele para fazer o país atravessar "o limiar turbulento para uma nova fase de progresso, inclusão e oportunidade".
"Como presidente, vou ajudar a liderar esta conversa e, mais importante ainda, vou ouvir. Vou manter o compromisso que assumi com o irmão de George, Philonise, de que George não será uma mera hashtag", enfatizou.
"Devemos e vamos chegar a um ponto em que todos, independentemente da raça, acreditem que 'proteger e servir' significa protegê-los e servi-los. Só ficando juntos é que ficaremos mais fortes do que antes. Mais iguais, mais justos, mais esperançosos e mais próximos da nossa união mais perfeita", concluiu.