Biden minimiza polêmica sobre cúpula e pede foco em problemas
Encontro de líderes americanos sofreu boicote após Estados Unidos não convidarem países como Cuba, Nicarágua e Venezuela
Internacional|Do R7
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, minimizou nesta quinta-feira (9) a polêmica derivada de sua decisão de não convidar Cuba, Venezuela e Nicarágua para a Cúpula das Américas, e pediu que o foco seja direcionado para a solução dos "problemas sérios" que afetam o continente.
"Apesar de algumas divergências sobre a participação (na cúpula), em questões substantivas, o que tenho escutado é a unidade", disse Biden ao final da primeira sessão plenária da 9ª Cúpula das Américas, que acontece até esta sexta-feira (10) em Los Angeles.
Pouco antes, Biden havia testemunhado o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e o primeiro-ministro de Belize, John Briceño, criticarem duramente o fato de os Estados Unidos não terem convidado Cuba, Venezuela e Nicarágua para a cúpula.
O governo dos EUA justificou essa decisão dizendo que esses três países não atendem aos padrões democráticos que são a essência do sistema de cúpulas, mas esse veto levou a notáveis ausências da reunião, que acontece a cada três ou quatro anos.
Questionado nesta quinta-feira por jornalistas se está preocupado com o boicote à cúpula de presidentes como o mexicano Andrés Manuel López Obrador, a hondurenha Xiomara Castro e o boliviano Luis Arce, Biden respondeu com um contundente "não".
No final da primeira sessão plenária, Biden pediu que o foco recaia sobre "o que está em jogo" no continente, a fim de "resolver alguns problemas sérios".
"Vamos nos concentrar em coisas realmente concretas nos próximos dois dias", reiterou, apesar do desconforto causado por seu veto.
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A Cúpula das Américas, iniciada em 1994 pelos Estados Unidos com uma reunião em Miami, não incluiu Cuba em suas primeiras edições, mas a ilha participou dos dois últimos encontros, a do Panamá, em 2015, e a do Peru, em 2018.
Essa última cúpula foi marcada pela decisão do Peru de não convidar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mas esta é a primeira vez que três países são excluídos do encontro, cuja ambição é a integração regional.