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Bin Salman teria mobilizado tropas para evitar golpe na Arábia Saudita

Em entrevista, príncipe exilado na Alemanha defende saída pacífica do atual mandatário saudita, que está em Buenos Aires para a cúpula do G20

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Bin Salman está na Argentina para cúpula do G20
Bin Salman está na Argentina para cúpula do G20

No momento em que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Muhamad Bin Salman, chegou a Buenos Aires para a cúpula do G20, nesta sexta-feira (30) e no sábado (1), uma mobilização em seu país teria se iniciado para impedi-lo de ser o primeiro nome na sucessão do atual rei, Salman bin Abdulaziz Al Saud (pai de Bin Salman), de 82 anos.

A possibilidade foi levantada pelo príncipe príncipe Khaled bin Farhan Al Saud, que vive na Alemanha, em entrevista ao portal de noticias árabes online Al-khaleej. Ele ressaltou a importância de haver uma mudança pacífica.

"Espero que haja um golpe suave, que chegue às profundezas do governo e assuma o controle de importantes instituições de segurança, e então tire o príncipe herdeiro e o rei."

Por governar de fato o país neste momento, Bin Salman teria ordenado a movimentação de tropas militares para Riad, no sentido de se proteger deste suposto golpe, segundo informou o Daily Mail.


Leia mais: Príncipe saudita chega à Argentina após tensão por morte de jornalista

Desde a fundação da Arábia Saudita, em 1932, a família Saud domina o país. O primeiro a assumir o posto foi Abd al-Aziz Al Saud, que permaneceu até a morte dele em 1953. Depois, somente seus filhos assumiram o trono: Saud (1953 a 1964); Faisal (1964 a 1975); Khalid (1975 a 1982); Fahd (1982 a 2005); Abdullah (2005 a 2015) e Salman (2015 até hoje).


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Caso assuma após a morte do pai, Bin Salman, neste caso, seria o primeiro rei escolhido para o trono que não é filho do fundador da dinastia.

Neste momento, a Casa de Saud é composta de centenas de príncipes, primos próximos ou distantes de Bin Salman, com possibilidade de se tornar rei dentro da linha sucessória, que não seja necessariamente o filho mais velho do atual mandatário.


Há informações também de que o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no consulado saudita em Istambul, em 2 de outubro último, teria Bin Salman como mentor.

E tal situação fortaleceu a ala que se opõe ao atual príncipe herdeiro. Na mesma época da morte de Khashoggi, Bin Farhan acusou o governo de seu país de tentar sequestrá-lo.

Assim que assumiu, Bin Salman, tentou passar ao mundo uma imagem positiva, implementando políticas e leis que apontavam para uma abertura do regime, de cunho radical wahabita.

Uma das iniciativas foi a permissão para mulheres dirigirem veículos. Outra foi uma onda de prisões baseadas em um discurso de combate à corrupção. Mas organizações internacionais, como a Anistia Internacional, denunciou que as prisões foram políticas, com muitos ativistas sofrendo maus tratos e torturas.

Entre os pelo menos 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-ministros presos em novembro de 2017 estavam primos de Bin Salman: o almirante Abdullah Bin Sultan (comandante das Forças Navais sauditas); o príncipe Miteb Bin Abdullah (chefe da Guarda Nacional dos três braços das Forças Armadas sauditas) e o príncipe Mohammed Bin Nayef. Eles também seriam possíveis herdeiros do trono saudita.

Veja o vídeo: Promotor saudita admite que assassinato de jornalista foi premeditado

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