Bispo Ximenes Belo, vencedor do Nobel da Paz, é acusado de abuso sexual no Timor-Leste
Jornal holandês De Groene Amsterdammer revelou que religioso católico teria iniciado os abusos na década de 1980, no Timor-Leste
Internacional|Do R7
O jornal holandês De Groene Amsterdammer publicou o testemunho de pessoas que alegam ter sido vítimas do bispo católico e vencedor do Prêmio Nobel da Paz Ximenes Belo. O religioso teria começado os abusos sexuais ainda durante a década de 1980.
A publicação afirma ter ouvido vítimas e, ao menos, 20 pessoas com conhecimento dos casos, incluindo testemunhas ligadas ao governo do Timor-Leste, membros da sociedade civil do país e integrantes da Igreja Católica.
As primeiras menções de investigações a casos relacionados a Belo são datadas de 2002, quando um cidadão timorense foi à polícia para denunciar que o irmão era vítima de abusos. Na época, o bispo católico deixou o cargo que ocupava na Igreja.
Uma das vítimas entrevistadas pelo jornal holandês, que foi identificada como Paulo pela publicação, disse que os abusos aconteciam na casa de Belo, em troca de dinheiro.
Um representante do Vaticano no Timor-Leste disse, nesta quarta-feira (28), que a Igreja Católica tem ciência das acusações, mas não detalhou se o religioso foi investigado, segundo informou o portal português JN.
Ainda de acordo com a publicação de Portugal, Belo deixou o cargo no Timor-Leste em 2002 alegando “fadiga mental e física” que requeria “longo período de recuperação”. A renúncia do bispo, porém, causou grande surpresa na sociedade do país, que não esperava tal atitude.
Não há informações se o papa da época, João Paulo 2º, pediu a Belo que deixasse o cargo após as primeiras denúncias.