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Bispos franceses pedem ajuda ao papa em casos de pedofilia

Religiosos querem o envio de uma pessoa de confiança para 'examinar' como são atendidas as vítimas de abuso sexual

Internacional|Do R7

Bispos franceses pedem ao papa Francisco que ajude na gestão de casos de pedofilia
Bispos franceses pedem ao papa Francisco que ajude na gestão de casos de pedofilia

Nesta segunda-feira (8), os bispos franceses pediram ao papa Francisco que ajude na gestão de casos de pedofilia com o envio de alguém de confiança para "examinar" como são atendidas as vítimas, anunciou o presidente da Conferência Episcopal Francesa, Éric de Moulins-Beaufort.

Ele fez as declarações no discurso de encerramento da reunião anual dos religiosos franceses em Lourdes, que teve como destaque na agenda o relatório sobre agressões sexuais de menores de idade na França.

"Decidimos, juntos, pedir ao papa, pois ele nos nomeou, que nos ajude a examinar como atendemos e estamos atendendo as vítimas e seus agressores, enviando alguém de confiança", declarou aos quase 120 bispos.

As autoridades diocesanas consagraram parte da reunião, que começou na terça-feira (2) passada, ao relatório de uma comissão independente que calculou em mais de 216 mil o número de menores abusados sexualmente por padres e religiosos na França entre 1950 e 2020.


Na sexta-feira (5), os bispos franceses reconheceram a "responsabilidade institucional" da Igreja e a "dimensão sistêmica" das agressões, em linha com o apresentado pela Comissão Independente sobre Abusos Sexuais na Igreja (Ciase).

Entre as 45 recomendações, a comissão pediu em outubro que a Igreja reconheça sua responsabilidade "sistêmica", social e civil nos atos e que adote dispositivos de reconhecimento às vítimas, como cerimônias públicas, missas ou memoriais.


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Para financiar as indenizações às vítimas, a comissão pediu que a Igreja descarte as doações dos fiéis e utilize o "patrimônios dos agressores e da Igreja da França", uma questão também abordada pelos bispos durante o fim de semana.

"Transmitimos ao Santo Padre, depois de trabalhar um pouco nas medidas, as recomendações da Ciase, que afetam a Igreja universal, especialmente o direito canônico", afirmou De Moulins-Beaufort, sem revelar o conteúdo das resoluções adotadas.


O presidente da Conferência Episcopal Francesa antecipou, no entanto, que os bispos decidiram criar grupos de trabalho, liderados por um laico, sobre a "governança diocesana ou nacional", que devem apresentar propostas concretas.

Depois da publicação do relatório em outubro, a polêmica continuou após declarações do episcopado de que o sigilo da confissão está acima da lei, inclusive em casos de abusos a menores. Outro tema sensível é como financiar eventuais indenizações.

Na sexta-feira, De Moulins-Beaufort afirmou, após reconhecer a responsabilidade "institucional" da Igreja, que isso implica "um dever de justiça e de reparação", mas, durante seu discurso final, não detalhou medidas.

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