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Blinken acusa Rússia de usar fome como arma de guerra na Ucrânia

De acordo com autoridade dos Estados Unidos, russos bloquearam mantimentos para cidades sitiadas, algo que Moscou nega

Internacional|Do R7

Antony Blinken fez duras acusações à Rússia em reunião do Conselho de Segurança da ONU
Antony Blinken fez duras acusações à Rússia em reunião do Conselho de Segurança da ONU

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou a Rússia nesta quinta-feira (19) de usar a fome como arma de guerra contra a Ucrânia e pôr em risco outros países por seu bloqueio às exportações agrícolas ucranianas.

"O suprimento de alimentos de milhões de ucranianos e milhões de outras pessoas em todo o mundo agora é literalmente refém dos militares russos", disse o secretário do governo do presidente Joe Biden em reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Blinken acusou Moscou de bloquear repetidamente o fornecimento de alimentos e outros itens essenciais para civis presos em cidades sitiadas para "conseguir o que sua invasão não foi capaz de fazer: quebrar o espírito dos ucranianos", além de destruir armazéns de alimentos e de roubar cereais e outros produtos.

Segundo o secretário de Estado americano, a Rússia está violando flagrantemente a resolução do próprio Conselho de Segurança que condena esse tipo de estratégia e "é o mais recente exemplo de um governo que usa a fome de civis para tentar avançar em seus objetivos".


Ao mesmo tempo, lembrou que os ucranianos não são os únicos que sofrem as consequências da guerra, pois o conflito está elevando o preço dos alimentos e agravando a crise de fome que já começava a ser vivida em muitos países.

Blinken, que ontem já presidiu uma reunião ministerial sobre o assunto, exigiu mais uma vez que a Rússia pare de "bloquear os portos do mar Negro e do mar de Azov" para que a Ucrânia possa exportar os milhões de toneladas de grãos que armazenou e que são fundamentais para muitas partes da África e do Oriente Médio.


Além disso, acusou a Rússia de ameaçar restringir suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes para países que criticam sua invasão.

Nesse sentido, reiterou que as sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados à Rússia não impedem de forma alguma a venda desses produtos e disse que seu país trabalha diariamente com seus interlocutores para deixar isso claro e que não há temor de continuar com essas importações.


"A decisão de transformar comida em armas é de Moscou e só de Moscou", enfatizou.

Em sua resposta, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, negou as acusações de Blinken uma a uma.

Sobre o suposto bloqueio à entrada de alimentos em cidades como Mariupol, sitiadas há semanas, Nebenzya assegurou que há "uma enorme quantidade de evidências" de que foram os membros do batalhão ucraniano Azov que levaram os alimentos e que o Exército russo forneceu ajuda humanitária.

O representante russo também rechaçou a ideia de que a invasão da Ucrânia esteja agravando a crise da fome, como a própria ONU garante, alegando que vem falando sobre esse problema há mais de dois anos, muito antes do início da guerra.

Nebenzya considerou que a situação é resultado de políticas e regulamentações ocidentais, que causaram problemas na cadeia de suprimentos, especulação nos mercados de alimentos, aumento dos custos de transporte e seguros e, em geral, alta da inflação.

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O embaixador russo destacou ainda como parte desse problema "a transição abrupta para a energia verde imposta a todo o mundo" e as sanções contra a Rússia, que apesar de não atacarem diretamente as exportações de alimentos ou fertilizantes, desaceleram as vendas porque os compradores preferem agir com excesso de cautela.

Sobre o bloqueio do mar Negro, Nebenzya garantiu que seu país está tentando garantir o tráfego comercial na área e que é a Ucrânia que tem minado as águas e se recusa a cooperar para permitir a circulação de navios.

Além disso, insinuou que as exportações de cereais da Ucrânia para a Europa por outras vias, como a ferroviária, destinam-se a pagar as armas que lhe são entregues e não têm nada a ver com o combate à fome.

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