Bolívia extradita para o Brasil 'peixe grande do tráfico de drogas'
Criminoso tem uma história de décadas de laços com o chefe do cartel de Cali, cidade na Colômbia
Internacional|Da EFE
A Bolívia extraditou para o Brasil o traficante boliviano Jesús Einar Lima Lobo, considerado um homem-forte para cartéis brasileiros e colombianos, por meio de uma operação que ocorreu na fronteira dos dois países.
Em uma entrevista coletiva em La Paz, o ministro do Interior da Bolívia, Eduardo Del Castillo, declarou que, após uma ordem judicial para sua extradição, a operação foi realizada imediatamente.
Del Castillo informou que a liberação e extradição foi autorizada pela justiça em 12 de dezembro de 2019, mas que, apesar disso, em setembro do ano passado, a prisão domiciliar do acusado foi autorizada.
O ministro culpou o governo interino da ex-presidente Jeanine Áñez, que em sua opinião protegia os "peixes grandes do tráfico de drogas". Além disso, denunciou que seu antecessor, Arturo Murillo, teria impedido a extradição, de acordo com alguns testemunhos. Del Castillo ainda afirmou que Lima Lobo tinha ligações com cartéis na Colômbia e no Brasil.
As forças de segurança levaram o traficante ao aeroporto El Trompillo, na cidade de Santa Cruz de La Sierra, e depois o levaram de avião até a fronteira brasileira. Lima Lobo então foi entregue após uma avaliação de seu estado de saúde e a emissão de um certificado de recebimento pelas autoridades do Brasil.
O criminoso é acusado de controlar o tráfico de drogas na região amazônica da Bolívia e tem uma história de décadas de laços com o chefe do cartel de Cali, Célimo Andrade Quintero, de acordo com reportagens da imprensa boliviana.
A extradição do traficante foi precedida por acusações de que Lima Lobo teria pago US$ 35 mil (R$ 187.169,50) ao Comandante Geral da Polícia Jhonny Aguilera quando ele estava no comando da força anticrime de Santa Cruz, para impedir a extradição.
Del Castillo garantiu que a acusação é falsa, já que foi o próprio Aguilera quem comandou a operação de transferência e que as acusações contra o chefe máximo da polícia são questões político-institucionais.