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Bolívia vive mais um dia de protestos contra resultado eleitoral

Suspensão temporária da publicação dos resultados  eleitorais provocou protestos e greves que fecharam estradas, escolas e empresas em todo o país

Internacional|Do R7

Polícia usou gás para dispersar manifestantes
Polícia usou gás para dispersar manifestantes

Os protestos contra os resultados da eleição presidencial da Bolívia voltaram a convulsionar La Paz nesta terça-feira (29), quando a polícia disparou gás lacrimogêneo e o governoconvidou o principal candidato de oposição a participar de uma auditoria da apuração.

A suspensão temporária da publicação dos resultados de uma contagem eletrônica da votação presidencial de 20 de outubro provocou protestos e greves que fecharam estradas, escolas e empresas em todo o país por mais de uma semana.

O presidente Evo Morales, um político de esquerda que busca um quarto mandato consecutivo, acabou sendo declarado vencedor no primeiro turno, o que provocou acusações de fraude por parte do candidato da oposição Carlos Mesa e de seus apoiadores.

Em La Paz, manifestantes da oposição montaram barricadas com tábuas de madeira e chapas de metal, enquanto policiais de choque se alinharam em algumas ruas separando os apoiadores de Morales dos manifestantes de oposição ao presidente.


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Gás lacrimogêneo foi usado em pelo menos dois locais para dispersar os manifestantes nesta terça-feira.

Eleições na Bolívia


Morales, que está no cargo há quase 14 anos e é o líder a mais tempo no poder na América Latina, disse que a Organização dos Estados Americanos (OEA) auditará as eleições, e que aceitará disputar um segundo turno se forem encontradas irregularidades.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) e Morales negam qualquer fraude eleitoral.


"Nós, da maneira mais transparente e segura, confiantes na soberania do povo, convidamos uma auditoria internacional", disse o vice-presidente Álvaro García a repórteres nesta terça-feira.

"Convidamos a OEA e os países irmãos a esclarecerem qualquer dúvida sobre a campanha maliciosa do candidato derrotado, que se recusa a aceitar a decisão do povo boliviano", afirmou García.

"Queremos pedir a Carlos Mesa, o candidato derrotado, para participar da auditoria", acrescentou. "Aguardamos uma resposta rápida e afirmativa".

Com 84% dos votos apurados em 20 de outubro, os resultados mostravam que Morales provavelmente iria para um segundo turno com Mesa. No entanto, quando a apuração foi retomado após quase 24 horas de interrupção, Morales havia conseguido a vitória diretamente.

A contagem final deu ao presidente 47,08% dos votos contra 36,51% de Mesa, uma diferença pouco acima da margem de 10 pontos necessária para evitar um segundo turno.

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