Brasil e mais 13 países reduzem relações com a Venezuela
Depois de ressaltar preocupação com os vários aspectos da crise, Grupo de Lima também apresentou resolução sobre a situação da do país à OEA
Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7, com Reuters
A antecipação das eleições e a contestação de resultados por parte da oposição venezuelana foram mais um pretexto para a comunidade internacional se voltar contra Caracas.
Estados Unidos pedem suspensão da Venezuela da OEA
Desta vez foi o Grupo de Lima - formado pelo Brasil, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia - que, nesta segunda-feira (4), divulgou comunicado informando que convocará seus embaixadores em Caracas para consultas.
A divergência com o governo de Nicolás Maduro também provocará uma redução no nível das relações diplomáticas destes 14 países com a Venezuela, segundo o informe.
No último dia 20, em uma eleição presidencial com 54% de abstenção, Nicolás Maduro, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, venceu com cerca 67,7% dos votos válidos.
O presidente, que considera a eleição legítima, afirma que obteve um "recorde histórico", conforme seu discurso da vitória.
"Nunca antes um candidato presidencial venceu com 68% dos votos populares e nunca antes havia conseguido 47% do segundo candidato."
Depois de ressaltar uma preocupação com "a profunda crise política, econômica, social e humanitária", o Grupo de Lima, por sua vez, também apresentou resolução sobre a situação da Venezuela à OEA (Organização dos Estados Americanos).
Os Estados Unidos, por meio de seu Secretário de Estado, Mike Pompeo, também manifestaram contrariedade em relação ao atual governo venezuelano e pediram a suspensão do país da OEA.
Padrões democráticos
No comunicado, o Grupo de Lima insiste em dizer que não reconhece as eleições na Venezuela por estas não cumprirem os padrões internacionais de um processo democrático e livre. Segundo informe do Itamaraty, divulgado no fim de maio, a desobediência a esses padrões pode ser constatada nas condições em que ocorreu o pleito.
O grupo acredita que há, atualmente no país, presos políticos em excesso e detidos arbitrariamente; partidos e lideranças políticas forjadas; falta de transparência e de abertura a observadores internacionais; alterações impostas no calendário eleitoral e falta de separação entre os poderes.
Ao pedirem que as autoridades de cada país atualizem os boletins informando o risco de investimentos do setor financeiro e bancário no país, os governos signatários buscam isolar o governo Maduro em função do que acreditam ser uma falsa democracia.
Para tanto, afirmaram que coordenarão ações para que os organismos financeiros internacionais e regionais procurem não conceder empréstimos a Caracas, exceto quando o financiamento for utilizado em ações de ajuda humanitária.