Brasil e outros países boicotam a Venezuela em conferência da ONU
Cadeiras de nações latino-americanas permaneceram vazias na sessão inaugural da presidência venezuelana da Conferência sobre Desarmamento
Internacional|Da EFE
Os embaixadores dos Estados Unidos e vários países do Grupo de Lima (com exceção do México) boicotaram, nesta terça-feira (28), a nova presidência venezuelana da Conferência sobre Desarmamento em Genebra, ao não comparecer ou retirar-se do local quando o embaixador da Venezuela, Jorge Valero, iniciou a sessão.
As cadeiras de países latino-americanos como Brasil, Chile, Peru, Argentina, Paraguai e Panamá permaneceram vazias na sessão inaugural da presidência venezuelana, que dura até o dia 23 de junho, enquanto o embaixador americano na conferência, Robert Woods, deixou a sala nos minutos iniciais.
"Não vamos ficar sentados lá e ouvir reclamações contra os valores democráticos dos Estados Unidos", afirmou Woods aos jornalistas, após sair da Sala do Conselho, cenário habitual da Conferência sobre Desarmamento no Palácio das Nações de Genebra.
"Esta presidência pode fazer o que quiser, mas não tem nenhuma legitimidade, pois seu governo também não a tem", acrescentou o diplomata dos EUA, país que também assumiu este ano a presidência bimestral deste fórum internacional de desarmamento.
Woods observou que a presidência da Venezuela na conferência, um órgão criado em 1984 para negociar programas multilaterais de desarmamento, "mina os valores sob os quais esse órgão foi estabelecido" dando voz a "um regime que continua a negar a seu povo o direito de subsistir, que é corrupto e tirano".
"Os Estados Unidos não podem autorizar um regime desse tipo a presidir um órgão ao qual damos tanta importância", destacou Woods, sobre uma conferência que, segundo ele, não alcançou grandes avanços no desarmamento nas últimas décadas.
De sua parte, o embaixador Valero disse em seu discurso inaugural que a presidência venezuelana tentará escutar durante as reuniões semanais que organizará a conferência, todas as vozes, e estabelecer um diálogo "inclusivo".