Brasil não deve ceder e aderir à Nova Rota da Seda, sob risco de se tornar satélite de Pequim
Projeto chinês de investir em infraestrutura no Brasil é apenas expansionista, para consolidar o poderio da ditadura de Xi Jinping
Internacional|Marco Antonio Araujo, do R7
Se você ainda não ouviu falar da “Nova Rota da Seda”, recomenda-se alguma atenção. Trata-se da mais ousada iniciativa do que podemos chamar de silencioso imperialismo chinês. Pequim já investiu estimados R$ 5 trilhões no projeto de expandir suas relações comerciais (e políticas) para além da Ásia. E o Brasil certamente será assediado para seguir esse caminho durante a visita do presidente Lula ao império de Xi Jinping.
Os acordos chineses já foram sacramentados em países da África, Oceania e América Latina. Mais de 147 nações (dois terços da população mundial) já aderiram a esse plano estratégico de expansão cujo maior objetivo é se contrapor ao domínio econômico de EUA e Europa ou manifestaram interesse em participar dele.
É briga de cachorro grande. E o Brasil não pode se comportar como vira-lata nesse duelo de gigantes. Até porque os alvos primordiais da escalada chinesa são países do Terceiro Mundo e em desenvolvimento. A intenção é evidente, mas vale ressaltar: a China quer se fortalecer e aumentar sua presença no tabuleiro internacional.
Xi Jinping vai colocar na mesa de Lula um projeto de investimentos em infraestrutura que pode parecer atraente e irrecusável. Bobagem. O Brasil não tem muito a ganhar (nem a perder) se evitar algum comprometimento com as ambições chinesas. Já os temos como principais parceiros comerciais. É jogo jogado. Não é preciso fazer concessões ou se iludir com um jogo de previsíveis zero a zero.
Cabe ao nosso país zelar por sua soberania e não se deixar seduzir por promessas que acobertam interesses ideológicos estrangeiros. Só temos a ganhar, sim, sendo independentes e tão espertos quanto os senhores do universo se julgam. Não somos satélite de ninguém.