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Brasil quer 10 novos países nos Brics, mas chanceler se nega a confirmar Venezuela no grupo

Durante entrevista em Kazan, na reunião de cúpula do Brics, Mauro Vieira afirmou que ainda haverá consultas para a entrada de novos países

Internacional|Luiz Fara MonteiroOpens in new window

Kazan — O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, não confirmou a pressão brasileira para impedir a entrada da Venezuela no Brics. Mas também não negou. Em entrevista durante a cúpula do grupo, na Rússia, o chanceler somente informou que a discussão entre os membros foi “sobre os critérios e os princípios que vão orientar a ampliação dos Brios futuras”.

Apesar disso, já há uma lista com os nomes dos novos países interessados em entrar: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. Ou seja, a nação dirigida pelo ditador Nicolás Maduro não está.

Vieira disse desconhecer essa lista. E negou que tenha havido qualquer discussão sobre a entrada ou não da Venezuela, ou que exista uma queda de braço entre o Brasil e a Rússia, que apoia Maduro.

“Agora são 10 países e no futuro haverá outros países. Foi discutido e foi aprovado e houve consenso sobre os princípios e critérios que guiarão essa ampliação”, apontou. “Agora, quanto à lista de países, será decidido daqui para frente. Vão haver consultas e a presidência russa fará consultas depois de chegar uma lista de países, que não sei como será, que países terão”, explicou.


Vieira informou que, depois disso, uma consulta entre os 10 atuais membros acontecerá e, só então, sai uma declaração. “Isso pode acontecer em menor prazo, pode ser em maior prazo, se não for até o final do ano, passará para o próximo ano e para a presidência brasileira”, resumiu.

Em defesa de 10 novos membros

Os jornalistas presentes na coletiva insistiram na pergunta da entrada da Venezuela no Brics. E Vieira, diplomaticamente, fugiu da resposta. “Tem que haver uma consulta entre todos os países. Havendo uma posição que leve a um consenso, são 10 ou 12 países. O Brasil é favorável que haja um número de 10, já que são 10 atualmente os membros, que os parceiros sejam também 10 nesse primeiro passo. Então, tudo será feito em consenso e em consulta”, continuou.


O chanceler, por outro lado, não se opôs à entrada de países com gestão autoritária ou ditatorial. Segundo ele, o fundamental é a nação seguir os princípios do Brics. Vieira citou o apoio à questão da governança global, a reforma do Conselho de Segurança, a reforma das instituições financeiras internacionais, a reforma da Organização Mundial de Comércio, entre outros critérios.

“Não pode ser que continentes inteiros estejam sub-representados ou aglomerados em duas ou três cadeiras enquanto países, outros, têm uma cadeira sozinhos. Então, quer dizer, tem um poder de voto muito maior e podem direcionar essas instituições financeiras internacionais. Portanto, isso que é a importância da reforma da governança global”, opinou.

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