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Brasileiras levam para Angola projeto para empoderar meninas

Equipe do projeto Garotas Brilhantes, desenvolvido em São José do Rio Preto (SP), esteve em Luanda para atender primeira turma de 180 angolanas

Internacional|Cristina Charão, do R7

Educadoras brasileiras estiveram em Luanda no início de julho
Educadoras brasileiras estiveram em Luanda no início de julho Educadoras brasileiras estiveram em Luanda no início de julho

Uma experiência brasileira de empoderamento de meninas e jovens mulheres é a base de uma ação social para melhorar a vida de adolescentes em Angola. Uma equipe do projeto Garotas Brilhantes, desenvolvido em São José do Rio Preto, atravessou o Atlântico para atender uma primeira turma de 180 meninas angolanas.

O objetivo das atividades é aumentar a autoestima e permitir que as jovens descubram habilidades profissionais que as ajude a sair de situações de vulnerabilidade. Para isso, educadoras e profissionais de saúde se envolvem em palestras e atividades culturais com as meninas, tentando que elas descubram o que querem nas suas vidas profissionais e desenvolvam competências para isto.

“O empoderamento das meninas é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, explica Neusa Ferraz, coordenadora do projeto. “Este empoderamento exige uma série de ações para que as meninas rompam o ciclo de pobreza.”

A desigualdade de gênero se expressa já na infância e na adolescência. Em Angola, muitas meninas têm dificuldades de permanecer na escola, principalmente por conta do casamento precoce e da gravidez na adolescência.

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De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas, cerca de um terço das mulheres entre 20 e 24 anos casaram antes de completar 18 anos de idade.

“Quando uma menina para de estudar porque casou, engravidou precocemente ou sofreu alguma violência, isso impacta toda a família e a sociedade”, afirma Neusa.

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Implementação

Para levar o projeto a Angola, uma equipe formada por duas educadoras voluntárias, duas psicólogas, uma médica e uma gestora social passou dez dias de julho em Luanda. Além de desenvolver as primeiras atividades com as adolescentes, também houve tempo para formar outras 20 educadores angolanas que irão seguir com o projeto.

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O projeto Garotas Brilhantes atende meninas em São José do Rio Preto desde 2014. Em 2017, o projeto foi um dos 96 semifinalistas da 12ª edição do Prêmio Itaú-Unicef, realizado pelo Itaú Social e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Entre os resultados positivos já alcançados, está a diminuição dos índices de gravidez na adolescência entre as garotas atendidas. Elas também melhoraram o desempenho escolar, uma questão fundamental para que, no futuro, possam buscar maneiras de serem financeiramente independentes.

Zungueira: renda de mulheres vêm do comércio informal
Zungueira: renda de mulheres vêm do comércio informal Zungueira: renda de mulheres vêm do comércio informal

Apesar de ter um manual de implementação, as responsáveis pelas atividades precisaram conhecer a realidade das mulheres em Angola.

Por exemplo: a maior renda das mulheres angolanas vem do comércio informal. No país africano, uma das figuras femininas mais presentes nas ruas são as zungueiras, mulheres que vendem todo tipo de produtos carregando-os em bacias sobre as cabeças.

“O que fizemos foi trabalhar a autoestima e fortalece-las para trabalhar mesmo que seja no comércio informal”, explica Neusa. “O grande trunfo deste projeto é perceber que as meninas acolhidas e fortalecidas começam a mudar de postura, fazer planos e sonhar.”

As atividades do Garotas Brilhantes em Angola seguirão sendo realizadas em uma escola de formação profissional em Luanda da ONG Adra, que apoia o projeto também no Brasil.

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