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Brasileiro na Indonésia: 'Viver aqui é estar preparado para terremotos'

Luiz Fernando Passos, que mora na Indonésia há dois anos, conta como é viver em um dos países com mais tremores de terra no mundo

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Terremoto e tsunami deixaram um rastro de destruição em Palu
Terremoto e tsunami deixaram um rastro de destruição em Palu

O brasileiro Luiz Fernando Silva Passos, 43, vive há dois anos na Indonésia. E já se acostumou com a ideia de morar em um país onde a terra treme a toda hora. "Viver aqui é estar preparado para terremotos", conta o mineiro, natural da cidade de Ipatinga.

"A sensação de um terremoto é muito desagradável, é horrível, a gente fica confuso, se apavora. As pessoas aqui, mesmo estando acostumadas, ficam apavoradas, tem muitos gritos, é uma sensação horrível".

Quando a terra tremeu nas proximidades da Ilha de Salawesi, provocando um tsunami que devastou as cidades de Palu e Dongala e já matou mais de 1.400 pessoas, Passos estava a mais de 300 quilômetros dali, em Samarinda.

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Mesmo de longe de Palu, ele conta que Samarinda sentiu uma forte réplica — nome dado aos tremores menores que se seguem a um terremoto de frande intensidade —, de cerca de 6,3 graus, algumas horas depois.


As duas cidades são separadas pelo Estreito de Makassar e, por isso, o tsunami não chegou a ser uma ameaça, mas o brasileiro não consegue deixar de se preocupar com esses fenômenos.

"Eu estava no campo, dando treino e não senti tanto. Mas me contaram que quem estava no shopping, nos prédios mais altos, teve que sair para a rua imediatamente", relata.


Passos vive na Indonésia desde 2017
Passos vive na Indonésia desde 2017

Passos é treinador de goleiros, com 15 anos de carreira e passagens pelo Guarani de Campinas (SP), América-MG e Cruzeiro. Desde 2017, ele integra a comissão técnica do Borneo FC, de Samarinda, time da primeira divisão do futebol indonésio.

Anel de Fogo


Um dos países com maior número de tremores por ano, a Indonésia fica no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma série de falhas geológicas no leito do oceano com cerca de 40 mil quilômetros de extensão, que causa terremotos do Japão até o Chile.

"Quando tem terremoto, o governo pede para a população sair de casa, do trabalho, do shopping, de onde estiver e ficar na rua, onde tem menos risco de desabamento. No caso de tsunami, depois que vem o alarme, as pessoas vão pra uma região mais alta, onde a água não atinja", diz o brasileiro.

Segundo ele, a extensão dos estragos em Palu fez o país todo se lembrar do terremoto de 9.1 graus seguido de tsunami, de 26 de dezembro de 2004, que matou mais de 200 mil pessoas em 10 países, a maioria na ilha de Sumatra, na Indonésia.

"Foi depois do tsunami de 2004 que instalaram o alarme que deveria tirar as pessoas da praia. Só que ele só tocou uma vez em Palu, tinha muita gente na beira do mar porque havia um evento lá. Creio que se o alarme tivesse tocado mais de uma vez, a tragédia teria sido menor", lamenta.

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