Brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner diz não se arrepender de atentado
Em entrevista à televisão argentina, Fernando Sabag Montiel afirmou que arma travou porque ele estava nervoso
Internacional|Do R7
O brasileiro Fernando Sabag Montiel conversou pela primeira vez com a imprensa desde quando tentou assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em 1º de setembro do ano passado. O suspeito afirmou não se arrepender do ataque e disse que elaborou tudo sozinho.
"Eu fiz isso sozinho, eles estão inventando uma história, eu agi sozinho", afirmou ele para inocentar a namorada, Brenda Uliarte, de 23 anos, também presa pela tentativa de homicídio. "Brenda Uliarte não teve nada a ver com isso", repetiu em declarações transmitidas na noite de segunda-feira (13) no canal de televisão C5N.
O ataque ocorreu em frente à casa de Kirchner. O responsável se misturou entre um grupo de apoiadores que aguardavam a vice-presidente, oito dias após o Ministério Público ter pedido a condenação da política por corrupção.
"Puxei o gatilho e o tiro não saiu, a arma tinha cinco balas", disse Montiel, de 35 anos, detido no presídio de Ezeiza, em Buenos Aires. À pergunta se sente arrependimento da tentativa, o sujeito respondeu com um enfático "não". Ele reforçou, no entanto, que fez "por causa da situação do país".
"Em vez de tirar a trava e de puxar o ferrolho, puxei o trinco para trás e, quando apertei o gatilho, não saiu porque no meio de tanto tumulto eu estava nervoso pela quantidade de pessoas", contou.
A Justiça considerou que o ataque foi planejado por Sabag e Montiel. Nicolás Carrizo, de 27 anos, também está preso. Carrizo é amigo do casal e líder da chamada "banda de los copitos", vendedores ambulantes de algodão-doce, serviço que Sabag e a namorada declararam exercer.
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O caso do ataque contra Kirchner ainda está em fase de investigação antes de ser levado a julgamento.
O procurador do processo, Carlos Rívolo, solicitou novamente perícias sobre o celular de Montiel, cujo conteúdo teria sido apagado por engano nas primeiras manipulações feitas pela polícia.
A vice-presidente pediu à Justiça que investigasse os mandantes do ataque, presumindo que Sabag era um mero executor que recebia ordens.