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Brexit leva filhos de vítimas do nazismo a pedirem cidadania alemã

Governo alemão não está concedendo as cidadanias, o que levou grupo a questionar autoridades locais, defendendo o direito dos descendentes 

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

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A decisão do Reino Unido de deixar a UE (União Europeia) trouxe preocupações a comunidades locais que temem que iniciativa, que, após adiamentos, possivelmente será implementada no próximo dia 31 de outubro, afete a economia do país.

O exemplo mais recente é de um grupo de judeus britânicos, descendentes de vítimas do nazismo, que busca obter a cidadania alemã.

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A questão é que o governo alemão não está concedendo as cidadanias a eles. Isso motivou a organização, denominada Artigo 116 Exclusions Group, baseada em Londres, a questionar as autoridades alemãs.


Seus membros estão tentando convencer as autoridades que os descendentes têm direito a serem considerados cidadãos do país, segundo o The Jerusalem Post.

Atualmente morando na Inglaterra, Sylvia Finzi, cuja mãe fugiu da Alemanha para Londres e se casou com um refugiado judeu-italiano. O caso dela ilustra o atual momento:


“Foi emocionalmente muito difícil decidir, em primeiro lugar, tirar a cidadania do país que estava preparado para matar minha mãe - como fizeram com 6 milhões de outros judeus - e então, quando vi, fui excluída porque minha mãe tinha casado com um não-alemão."

Em 1941, os pais e avós desses requerentes foram destituídos de sua cidadania pelo governo nazista. No entanto, oficialmente eles renunciaram voluntariamente à cidadania, quando na verdade foram expulsos do país e, em maioria, enviados para campos de concentração. Outros acabaram fugindo da morte, rumo a outros continentes.


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Outro problema é que, até 1953, somente o pai poderia passar a cidadania alemã para as crianças. Filhos de mães alemãs nascidas antes de 1953 não poderiam requerer a cidadania.

Ao jornal The Guardian, o Ministério das Relações Exteriores britânicos comentou a situação:

“Em relação ao aumento significativo dos pedidos de cidadania alemã precipitados pelo Brexit, vários casos de reparação que foram rejeitados foram trazidos à atenção do Ministério do Interior. Por essa razão, estamos no processo de examinar como esses casos podem ser acomodados.”

Dados do Eurostat, organização estatística da UE, publicados no início de 2019, apontaram que a maior procura por cidadania de outro país da UE, verificada em 2017, veio por parte de cidadãos britânicos.

Naquele ano, 14.911 britânicos pediram outra nacionalidade dentro do bloco, o que significa um aumento de 127% em relação a 2016, ano em que a população britânica, em referendo, optou pelo Brexit.

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