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Bunker, estoque de comida: eles se preparam para o ‘apocalipse’ e temem 3ª Guerra Mundial

Medo de colapso global impulsiona aumento de grupos que acumulam suprimentos e aprendem habilidades de sobrevivência

Internacional|Do R7

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Melanie Williams está estocando alimentos Arquivo Pessoal/Melanie Williams

A crescente instabilidade geopolítica, somada ao fantasma de uma nova pandemia e à ameaça de um conflito nuclear, tem levado milhares de pessoas no Reino Unido, Europa e América do Norte a adotar um estilo de vida baseado na preparação para o pior.

Conhecidos como “doomsday preppers” ou simplesmente “preppers” esses entusiastas da sobrevivência criam estoques de alimentos, treinam técnicas de autossuficiência e, em alguns casos, constroem abrigos subterrâneos para resistir ao que acreditam ser um iminente colapso social.


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No Reino Unido, comunidades online de preppers têm crescido rapidamente, com grupos chegando a reunir mais de 23 mil membros. A invasão russa à Ucrânia foi um dos gatilhos para esse movimento, gerando picos de procura por máscaras de gás, pastilhas de iodeto de potássio e equipamentos de proteção nuclear. A lembrança recente da pandemia da covid-19 também serve como alerta constante de como a normalidade pode desmoronar em poucos dias.


Melanie Williams, uma mãe de seis filhos e defensora do bem-estar no Reino Unido, transformou a prática em um modo de vida. Ela cultiva alimentos, cria galinhas e armazena grãos, enlatados e itens de higiene em diferentes despensas organizadas por finalidade. “Não é sobre pânico, é sobre tranquilidade. Estar um passo à frente é um ato de cuidado com minha família”, afirmou ao jornal Daily Mail.


Outros, como Charley Storey, de 27 anos, adotam uma abordagem mais radical. A jovem vive com o parceiro e a filha pequena e mantém um plano de fuga secreto, além de um estoque de suprimentos e armas legais no Reino Unido. Para ela, o medo de uma ruptura civil, desastre natural ou até imposição de lei marcial justifica a constante vigilância. “O governo já recomenda preparar um kit de emergência. O problema é que ninguém acredita que algo vai acontecer, mas está acontecendo”, disse também ao Daily Mail.


A desconfiança em relação às autoridades e à mídia tradicional também impulsiona o movimento. Muitos preppers consideram que a imprensa não mostra a gravidade real das crises. Charley, por exemplo, compartilha dicas em seu perfil no TikTok, onde ensina a montar estoques com orçamento apertado e alerta contra os chamados “werewolf preppers” — pessoas que se preparam para saquear os estoques dos outros.

@ladybird20211

Five most important things to have in your preps

♬ original sound - Char

Nos Estados Unidos, a prática é ainda mais disseminada. Segundo pesquisas, mais de 20 milhões de americanos se consideram preppers. Ryan, um administrador de TI de Ohio, começou a se preparar ainda criança, após viver em uma região propensa a tornados. Além de armas e estoques, ele investe em educação e condicionamento físico. “Não adianta ter mil curativos se você não sabe usá-los”, disse.

Ainda que os perfis e motivações variem, o movimento dos preppers revela uma crescente desconfiança na estabilidade global e nos sistemas de suporte estatais. Para muitos, a preparação deixou de ser paranoia e virou um seguro de vida — físico, emocional e logístico — frente a um mundo cada vez mais imprevisível.

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