Caminhões de ajuda humanitária pegam fogo em ponte colombiana

Civis correram para descarregar veículos, que carregavam toneladas de mantimentos e medicamentos e está impedido de entrar na Venezuela

Internacional|Giovanna Orlando, do R7

23/02/2019 - 17h05 (Atualizado em 20/04/2024 - 11h57)

Os três caminhões que carregavam ajuda humanitária da Colômbia para a Venezuela pegaram fogo neste sábado (23) na ponte Francisco de Paula Santander, segundo agências de notícias internacionais. A ponte, que é um dos três acessos que foi bloqueado por Nicolás Maduro, é palco de um dos confrontos mais violentos entre venezuelanos e militares.

Os civis tiveram que correr para descarregar os caminhões, que carregavam toneladas de mantimentos e medicamentos, enviado pelos Estados Unidos, Colômbia e Chile. Toda a ajuda humanitária estava retida na cidade de Cúcuta, na Colômbia, que faz divisa com a Venezuela. Na sexta-feira (22), Juan Guaidó e uma delegação da oposição se dirigiram até o país vizinho, para buscar a ajuda.

O líder da oposição Juan Guaidó usou o Twitter para criticar a queimada da ajuda humanitária na ponte.

"Seguimos recebendo o apoio da comunidade internacional, que pode ver com os próprios olhos como este regime usurpador viola o protocolo de Genebra, que diz claramente que destruir a ajuda humanitária é um crime que lesa a humanidade", escreveu.

‌

Seguimos recibiendo el respaldo de la comunidad internacional, que ha podido ver, con sus propios ojos, como el régimen usurpador viola el protocolo de Ginebra, donde se dice claramente que destruir la ayuda humanitaria es un crimen de lesa humanidad.
— Juan Guaidó (@jguaido) February 23, 2019

Leia também

Porém, o presidente Nicolás Maduro bloqueou os acessos com contêineres e proibiu os caminhões de entrar no país. Na fronteira com o Brasil, a ajuda humanitária está retida na alfândega venezuelana.

O chavista também cortou relações com as ilhas caribenhas de Aruba, Bonaire e Curaçao, para impedir que a ajuda chegasse pelo mar. Depois do apoio colombiano ao líder da oposição, Maduro também cortou relações com a Colômbia.

Centenas de venezuelanos estão reunidos nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, neste sábado (23). A expectativa é que os caminhões que carregam ajuda humanitária possam entrar no país

Em Pacaraima, em Rondônia, venezuelanos acompanham a chegada dos caminhões até a fronteira com a Venezuela

Confrontos já foram registrados na região, em que duas pessoas morreram e 13 ficaram feridas

A fronteira entre Venezuela e Brasil está fechada desde a quinta-feira (21), depois que o Brasil mandou caminhões com ajuda humanitária para a cidade fronteiriça

Nicolás Maduro proibiu a entrada dos caminhões com mantimentos e medicamentos no país

Mesmo assim, o governo brasileiro manteve a decisão de enviar toneladas de comida e remédios para a Venezuela

Já em Cúcuta, na Colômbia, o líder da oposição Juan Guaidó foi buscar a ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos, Colômbia e Chile

O autoproclamado presidente interino conseguiu atravessar a fronteira de helicóptero

Depois disso, Nicolás Maduro ordenou o bloqueio da fronteira entre Venezuela e Colômbia, o que também gerou protestos violentos na região

Na ponte que divide os dois países, Maduro mandou colocar contêineres para impedir a entrada dos caminhões

Manifestantes pedem que os militares liberem a passagem dos caminhões e abram a fronteira

Centenas de venezuelanos estão reunidos nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, neste sábado (23). A expectativa é que os caminhões que carregam ajuda humanitária possam entrar no país