Casal austríaco se divorcia e se casa de novo 12 vezes em golpe contra pensão
Esquema durou mais de 40 anos e só foi descoberto após o casal reclamar do bloqueio do benefício da pensão no último divórcio
Internacional|Do R7
Na Áustria, um casal chamou atenção ao casar e se divorciar 12 vezes ao longo de 43 anos, aproveitando uma brecha no sistema de pensões para lucrar. Embora as separações fossem registradas oficialmente, vizinhos e parentes afirmaram à polícia que eles nunca se afastaram de verdade, vivendo juntos como se nada tivesse acontecido. Uma testemunha chegou a descrever o relacionamento como um “casamento modelo”.
O caso, ocorrido em Graz, ganhou repercussão internacional após ser divulgado pelo jornal alemão Bild. Em abril, a Justiça austríaca concluiu que os €326.000 (cerca de R$ 1,84 milhão) recebidos pela mulher ao longo dos anos foram obtidos ilegalmente, levando à abertura de uma investigação por fraude.
Como o esquema começou
Tudo teve início em 1981, quando a mulher, hoje com 73 anos, ficou viúva e passou a receber a pensão de viuvez. No ano seguinte, ela se casou novamente e perdeu o benefício, mas recebeu uma compensação de €27.000 (cerca de R$ 152 mil).
Após seis anos, o casal se separou pela primeira vez, alegando “diferenças irreparáveis” causadas pelas longas ausências do marido, que era caminhoneiro. Com o divórcio, a mulher voltou a receber a pensão de viuvez.
Percebendo que o esquema funcionava, eles começaram a repetir o processo: casavam-se novamente para obter uma nova compensação financeira e depois se divorciavam, reativando o benefício original. Esse padrão se manteve por décadas, totalizando 12 casamentos e 12 divórcios. Durante todo esse tempo, continuaram vivendo juntos.
“As separações eram apenas no papel. Nunca houve uma ruptura real; tudo fazia parte de um esquema para garantir os benefícios”, afirmou a polícia local.
Como o golpe foi descoberto
O casal acabou se incriminando ao acionar a Justiça, alegando que o fundo de pensão se recusava a restabelecer o benefício após o último divórcio, em 2022. Contudo, a Suprema Corte da Áustria rejeitou a ação, afirmando que os casamentos e divórcios tinham caráter fraudulento e serviam apenas para obter vantagens financeiras.
Com a decisão judicial, a polícia abriu uma investigação por fraude, e o caso deve ir a julgamento nos próximos meses.