Caso Khashoggi: Turquia suspeita de agentes ligados ao governo saudita
Desaparecimento de jornalista envolve órgão de inteligência da Arábia Saudita e foi coordenado por pessoa próxima ao príncipe Salman, dizem fontes
Internacional|Cristina Charão, do R7
A investigação sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi chegou mais perto do governo da Arábia Saudita nesta quarta-feira (17).
Enquanto policiais e peritos vasculhavam a residência cônsul saudita em Istambul e faziam novas buscas no consulado, cresciam as suspeitas de ligações diretas da cúpula do governo saudita com o que já vem sendo tratado por autoridades turcas como a morte do jornalista.
Fontes ligadas ao governo turco afirmaram à rede de TV CNN que há fortes indícios da participação direta de autoridades do círculo mais próximo à família real da Arábia Saudita no atentado contra Khashoggi.
Leia também
Trump dá benefício da dúvida à Arábia Saudita em caso de jornalista
O que se sabe sobre o sumiço de um jornalista saudita na Turquia
Jornalista desaparecido teve o corpo esquartejado, diz fonte turca
Trump diz que 'matadores' podem estar envolvidos em caso Khashoggi
Arábia Saudita: sumiço de jornalista na Turquia será investigado
Jornalista foi esquartejado, diz fonte
Ontem, autoridades turcas afirmaram que o jornalista foi morto e esquartejado dentro do consulado, em uma ação que envolveu um grupo de agentes sauditas que chegaram à Turquia no mesmo dia em que Khashoggi desapareceu.
Agora, as fontes citadas pela CNN dizem que este grupo foi coordenado por um oficial da Agência de Inteligência Presidencial, o principal serviço de Inteligência da Arábia Saudita.
Este oficial seria muito próximo do círculo do príncipe Mohammed Bin Salman.
Desaparecido desde 2 de outubro
Khashoggi não é visto desde 2 de outubro, quando entrou no Consulado da Arábia Saudita em Istambul para providenciar papeis para o seu casamento.
Desde então, investigadores turcos tentam descobrir o que aconteceu com o jornalista, que fugiu de seu país em julho para os EUA, com receio da perseguição do regime por suas reportagens críticas à atuação saudita na Guerra do Iêmen.