Catalunha: líder volta atrás e descarta convocação de eleições
Em pronunciamento, Puigdemont criticou falta de garantias de Madri
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Depois de cancelar um pronunciamento que faria às 14h30 (10h30, no horário de Brasília) em Barcelona, o presidente catalão Carles Puigdemont finalmente foi a público no fim da tarde desta quinta-feira (26) para desmentir as informações de que dissolveria o Parlamento regional e convocaria eleições parlamentares para o dia 20 de dezembro deste ano.
Em pronunciamento na Galeria Gótica do Palácio de la Generalitat às 17h locais, Puigdemont ressaltou que tenta encontrar uma solução pacífica para evitar a aplicação do polêmico artigo 155 da Constituição espanhola — que pode ser acionado pelo governo de Madri para impedir a autonomia regional de qualquer comunidade do país.
— Procurei obter as garantias para fazer essas eleições, mas não houve uma resposta responsável do PP (Partido Popular, do premiê espanhol Mariano Rajoy), que aproveitou para aumentar as tensões. Não há garantias que justifiquem a convocação de eleições, mas não aceito a aplicação do artigo 155 por ser injusta.
Puigdemont encerrou seu discurso pedindo paz e cidadania: "Só assim podemos acabar ganhando", afirmou, acrescentando que agora depende do Parlamento catalão avançar com um mandato para se separar do restante da Espanha, após um referendo de independência que aconteceu no dia 1º de outubro.
Centenas de estudantes catalães que defendem a independência da região protestavam, desde cedo, contra a intenção de Mariano Rajoy de aplicar o artigo 155. Os manifestantes mudaram o tom dos protestos com a possibilidade de Puidgemont anunciar novas eleições, que começou a ser veiculada pela imprensa local durante o dia. Com gritos de “traidor”, passaram a acusar o líder catalão e o clima ficou ainda mais tenso após o cancelamento do pronunciamento.