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Chanceler da Colômbia renuncia em meio a crise política

País passa por manifestações que pedem renúncia do presidente, reforma da polícia e anulação de tentativa de reforma sanitária

Internacional|Da EFE

A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia Blum, apresentou sua carta de renúncia ao presidente Iván Duque, em um momento em que o país está imerso na maior crise social e política dos últimos anos devido a mais de duas semanas de protestos e mobilizações.

"Por meio desta, quero, da maneira mais respeitosa, apresentar ao senhor minha renúncia irrevogável ao cargo de ministra das Relações Exteriores, com efeito imediato", lê-se na carta, datada de 11 de maio, mas divulgada nesta quinta-feira.

A Colômbia é cenário desde 28 de abril de protestos de larga escala que começaram em rejeição à já retirada proposta de reforma fiscal do governo, mas que agora incluem outras exigências como a renúncia do presidente, a reforma da polícia e a anulação de uma tentativa de reforma sanitária.

Blum, que ocupava o cargo desde novembro de 2019, quando sucedeu Carlos Holmes Trujillo, que morreu em janeiro deste ano, não apresentou razões para sua renúncia, que vinha sendo especulada pelos meios de comunicação colombianos desde o último final de semana.


"Estou confiante que, sob a vossa liderança, o país continuará no caminho do desenvolvimento sustentável, na recuperação social e econômica dos efeitos da pandemia, e na consolidação do consenso que ratifica a unidade e a força da nossa nação", declarou Blum em sua carta.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia teve de lidar com múltiplas críticas e chamadas de atenção nas últimas duas semanas por parte de organismos internacionais, da ONU e de países estrangeiros depois que imagens da brutalidade policial foram exibidas ao redor do mundo.


As críticas internacionais se centram especialmente no uso excessivo da força pela polícia nos protestos, especialmente em Cali, epicentro dos protestos e a terceira maior cidade do país.

A Defensoria Pública da Colômbia recebeu relatos de que 42 pessoas (41 civis e um agente da polícia) morreram nas duas semanas de protestos, enquanto 168 seguem desaparecidas.


Já de acordo com a ONG Temblores, dedicada à violência policial, durante os protestos houve 40 casos de vítimas de "violência homicida" pelas forças de segurança e pelo menos 1.956 casos de violência física, incluindo 12 casos de violência sexual.

Blum é a segunda ministra que o presidente Duque perde nesta crise, depois da renúncia no último dia 3 de maio do ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla, apontado como o grande responsável por esta crise por ter sido o criador da fracassada reforma fiscal.

O governo colombiano ainda não comentou a demissão da chanceler Blum, nem indicou quem será seu sucessor.

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