Chanceler da Venezuela pede reunião entre Trump e Maduro
'Voltamos a abrir o caminho para o diálogo com os Estados Unidos', disse Jorge Arreaza em pronunciamento na ONU. Objetivo seria 'parar esta guerra'
Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, pediu nesta quarta-feira (27) em pronunciamento no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), em Genebra, que seja marcada uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Nicolás Maduro, para buscar uma saída para a crise que assola o país sul-americano. As informações são do jornal venezuelano El Universal.
"Voltamos a fazer esta denúncia [de agressão contra a Venezuela] e voltamos a abrir o caminho para o diálogo com os Estados Unidos", afirmou Arreaza. "Temos que parar esta guerra", acrescentou.
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O chanceler venezuelano ainda disse acreditar que a ONU pode dar uma contribuição importante para o diálogo.
Ele mencionou que, em uma reunião do Conselho de Segurança da entidade, a delegação norte-americana se recusou a reconhecer seu apoio à Carta das Nações Unidas no que diz respeito "à rejeição do uso da força e da ameaça" contra a Venezuela.
Arreaza também considerou que as sanções internacionais impostas com o objetivo de "derrubar um governo eleito" constituem uma violação das normas do Direito Internacional.
Semana de conflitos
O último fim de semana foi marcado por conflitos envolvendo uma operação humanitária impulsionada pela oposição a Maduro com o apoio dos Estados Unidos. O governo venezuelano bloqueou a entrada dos caminhões no país com a justificativa de que os veículos envolveriam preparativos para uma intervenção militar em seu território. Houve confrontos nas fronteiras com a Colômbia e com o Brasil, que resultaram em mortos e feridos.
Na ocasião, o autodeclarado presidente interno Juan Guaidó — respaldado por Estados Unidos, a UE (União Europeia) e vários países latino-americanos — foi para a Colômbia liderar esforços envolvendo a ajuda humanitária.
Depois de se encontrar com líderes regionais, entre eles o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, em Bogotá, Guaidó deve retornar por meio da fronteira nos próximos dias e retomar suas atividades políticas, confrontando abertamente uma ordem da Suprema Corte venezuelana.