Resumindo a Notícia
- Chefe da ONU, António Guterres, chamou de "imprudente" exercício militar da Coreia do Norte
- Pyongyang disparou um míssil que cruzou mais de 4.000 km e caiu no Pacífico
- Sirenes foram acionadas no norte do Japão por risco de ataque aéreo
- Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nesta quarta-feira (5) para discutir exercício
Secretário-geral da ONU, António Guterres, demonstrou preocupação após teste
ANNA MONEYMAKER/ GETTY IMAGES VIA AFP - 20.9.2022O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou nesta terça-feira (4) o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil balístico que sobrevoou o norte do Japão e o descreveu como um "ato imprudente" e que viola as resoluções do Conselho de Segurança.
Em comunicado, Guterres também acusou a Coreia do Norte de "desrespeitar qualquer consideração pela aviação internacional e segurança marítima".
O chefe das Nações Unidas pediu ao governo norte-coreano para retomar o diálogo com os principais atores para alcançar a "paz sustentável e a desnuclearização completa e verificável da península coreana".
Os Estados Unidos já solicitaram hoje que o Conselho de Segurança da ONU se reúna urgentemente nesta quarta-feira (5) para tratar desse novo exercício norte-coreano.
O projétil lançado por Pyongyang sobrevoou o norte do arquipélago japonês, o que fez com que o sistema de alerta civil fosse ativado na área, recomendando que a população se refugiasse de um possível impacto.
Segundo o governo japonês, o míssil é o que percorreu a maior distância até hoje de todos os testados pela Coreia do Norte, com uma altura máxima próxima de 1.000 km e uma distância final de 4.600 km.
O projétil caiu nas águas do Pacífico e fora do espaço econômico exclusivo do Japão, segundo o Ministério da Defesa, que ainda não detectou nenhum dano a aeronaves ou embarcações na área.
O novo lançamento norte-coreano ocorre depois que Tóquio, Washington e Seul realizaram na semana passada exercícios conjuntos no mar do Japão para combater o desenvolvimento de armas norte-coreanas de SLBMs (mísseis balísticos submersíveis)", nos quais participou o porta-aviões americano USS Ronald Reagan.
A Coreia do Norte fez mais quatro rodadas de lançamentos de mísseis desde 25 de setembro, todos com projéteis balísticos de curto alcance, tornando o teste desta terça-feira o mais longo.
Esse tipo de exercício com armas de longo alcance capazes de carregar ogivas nucleares é proibido por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que costuma se reunir após Pyongyang realizar um teste.
Em maio, os Estados Unidos propuseram endurecer as sanções internacionais contra a Coreia do Norte em resposta aos repetidos testes de armas, mas Rússia e China vetaram a iniciativa.