Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, chega a Bielorrússia

Líder mercenário foi ao país como parte de acordo intermediado pelo presidente Aleksandr Lukashenko, aliado de Putin

Internacional|Do R7

Yevgeny Prigozhin deixa um cemitério antes do funeral de um militar russo, em 8 de abril de 2023
Yevgeny Prigozhin deixa um cemitério antes do funeral de um militar russo, em 8 de abril de 2023 Yevgeny Prigozhin deixa um cemitério antes do funeral de um militar russo, em 8 de abril de 2023

Belarus deu as boas-vindas ao chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, nesta terça-feira (27), como parte do acordo para acabar com sua rebelião na Rússia, levando a Otan a alertar sobre o fato de que está preparada para defender seus membros de "Moscou ou Minsk".

"Prigozhin já está viajando de avião. Sim, de fato, hoje ele está em Belarus", afirmou o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, em declaração ambígua à agência oficial de notícias Belta na terça-feira.

A mídia bielorrussa informou que um avião particular de propriedade de Prigozhin pousou em Minsk na manhã de terça-feira.

O chefe de Wagner estava desaparecido desde o fim de sua rebelião contra os comandantes regulares do Exército russo na noite de sábado (24), durante a qual seus homens tomaram bases militares e marcharam sobre Moscou antes de recuar.

Publicidade

Embora sejam incertas as repercussões do motim do ex-aliado de Vladimir Putin, o Kremlin nega que o presidente russo tenha saído enfraquecido da crise, a pior em seus quase 25 anos no poder.

Na terça-feira, o líder agradeceu aos militares, que, segundo ele, impediram uma "guerra civil".

Publicidade

"Você se opôs a esses tumultos, cujo resultado seria inevitavelmente o caos", disse ele em uma cerimônia com os militares, em Moscou.

Leia também

Putin observou um minuto de silêncio em homenagem aos pilotos do Exército mortos pelos amotinados quando "cumpriam seu dever com honra".

Publicidade

A rebelião levou a sociedade a "se consolidar em torno do presidente", afirmou o Kremlin. "O Exército e o povo não estavam do lado" dos amotinados, insistiu Putin.

No entanto, o líder da oposição russa preso, Alexei Navalni, disse que a rebelião de Wagner mostra que o poder de Putin é uma "ameaça à Rússia".

"É tão perigoso para o país que até mesmo seu colapso inevitável representa uma ameaça de guerra civil", disse ele.

Desarmar o Wagner

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou na terça-feira os preparativos para "a transferência do equipamento militar pesado de Wagner para unidades ativas das Forças Armadas regulares". A medida parece destinada a neutralizar as milícias que até agora agiam por ordem do Kremlin na Ucrânia, na Síria e em vários países africanos.

Embora as autoridades russas muitas vezes neguem qualquer relação com Wagner, Putin afirmou na terça-feira que o Estado havia "financiado totalmente" esse exército privado, pagando mais de 1 bilhão de dólares (R$ 4,7 bilhões) no ano passado.

Putin denunciou a "traição" de Prigozhin na segunda-feira (26), ao mesmo tempo em que garantiu que os membros de Wagner poderiam ingressar no Exército regular ou ir para Belarus.

Em uma crítica velada a Putin, Lukashenko, que mediou a crise, disse que a rebelião foi resultado da má administração das rivalidades entre Wagner e os militares russos.

· Compartilhe esta notícia no WhatsApp

· Compartilhe esta notícia no Telegram

O líder bielorrusso estimou ainda que o seu país pode aproveitar "a experiência" dos combatentes de Wagner que lá se exilam.

Diante desse movimento, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou sobre o fato de que a aliança está preparada para se defender de qualquer um dos dois países.

"Enviamos uma mensagem clara a Moscou e a Minsk: a Otan está lá para proteger todos os aliados e cada pedaço do território da Otan", afirmou ele em um jantar em Haia com sete chefes de Estado ou de governo dos países membros da Otan.

"Não há espaço para nenhum mal-entendido em Moscou ou em Minsk sobre nossa capacidade de defender os aliados contra qualquer ameaça potencial", acrescentou.

Restaurante bombardeado

Segundo Putin, a rebelião não forçou a retirada de suas tropas estacionadas na Ucrânia, que realizaram um ataque à cidade oriental de Kramatorsk, com quatro mortos e 47 feridos.

O ataque com foguete atingiu em particular um restaurante popular naquela cidade, um centro nevrálgico para soldados e jornalistas no leste da Ucrânia.

Entre os afetados estão o ex-comissário de paz da Colômbia Sergio Jaramillo e seu compatriota, o escritor Héctor Abad Faciolince, que sofreram "ferimentos leves", disseram ambos em comunicado.

Os dois estavam no restaurante Ria Pizza junto com a jornalista colombiana Catalina Gómez, que sofreu ferimentos ligeiros, e a escritora ucraniana Victoria Amelina, "em estado crítico devido a um traumatismo craniano, provavelmente por causa de estilhaços de vidros e vigas".

Um repórter da AFP viu uma grande mobilização de ambulâncias, policiais e militares, bem como numerosos moradores reunidos em frente ao restaurante bombardeado, o Ria Pizza.

Um cozinheiro empoeirado, Roslan, de 32 anos, afirmou que, no momento do ataque, "havia bastante gente" no restaurante e, apontando para si mesmo, acrescentou: "Tive sorte".

Kramatorsk, uma cidade pré-guerra de 150 mil habitantes, é o último grande centro urbano sob controle ucraniano no leste do país e fica a cerca de 30 quilômetros da linha de frente.

A Ucrânia, com apoio financeiro e militar das potências ocidentais, lançou uma contraofensiva há algumas semanas para tentar recuperar territórios tomados pela Rússia.

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira um pacote adicional de armas de 500 milhões de dólares (R$ 2,3 bilhões) para reforçar esta campanha de Kiev.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.