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Chega à Venezuela primeiro voo dos EUA com migrantes após acordo entre Biden e Maduro

Os Estados Unidos operam até 70 voos semanais com deportações, a maioria deles para a América Central e do Sul

Internacional|Do R7

Uma mulher algemada é revistada antes de embarcar no primeiro voo de deportação de venezuelanos que imigraram ilegalmente para os EUA
Uma mulher algemada é revistada antes de embarcar no primeiro voo de deportação de venezuelanos que imigraram ilegalmente para os EUA

Um avião americano pousou, nesta quarta-feira (18), na Venezuela com 131 migrantes deportados após um acordo entre os governos de Joe Biden e Nicolás Maduro, apesar de os Estados Unidos não reconhecerem o venezuelano como presidente.

A aeronave chegou ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, que serve Caracas, às 16h26 locais (17h26 de Brasília), após sair de Harlingen, no Texas, com escala em Miami para abastecimento.

Maduro informou que "todos estavam presos em centros de detenção para migrantes".

"Fico feliz que hoje, em cumprimento aos acordos discutidos e assinados entre as autoridades da Venezuela e o governo dos Estados Unidos, o primeiro grupo de venezuelanos que foram repatriados no plano Volta à Pátria tenha retornado!", disse o presidente durante um evento no palácio presidencial.


Com os pés e as mãos algemados, os migrantes foram colocados em um avião de madrugada no pequeno aeroporto de Harlingen, perto da fronteira com o México, verificou a equipe da AFP.

Ao chegarem, passaram por um processo de verificação nos sistemas de identificação venezuelanos, como parte do protocolo. Policiais judiciais disseram à AFP que será verificado ainda se há solicitações por parte da Justiça.


Os passageiros, mulheres e homens adultos, não fazem parte de nenhum grupo familiar, segundo a polícia migratória americana, a ICE.

"Aqui viajam desde aqueles que acabam de entrar ilegalmente em nossas fronteiras até aqueles que ficaram por um tempo no país e cometeram atos criminosos", explicou Corey Price, diretor associado da ICE, em Harlingen.


Acordo

A Casa Branca anunciou no início de outubro um acordo com o governo de Maduro para "a repatriação ordenada, segura e legal" de migrantes "que não têm base legal para permanecer nos Estados Unidos".

Biden, que tentará a reeleição em 2024, é acusado pelos republicanos de ter causado uma crise migratória na fronteira com o México e até mesmo por alguns democratas após a sobrecarga de várias cidades sob seu comando com a chegada de migrantes.

Price adiantou que outros voos chegarão "nos próximos dias e semanas".

A Venezuela rompeu relações com os Estados Unidos em 2019, após Washington não reconhecer a reeleição de Maduro um ano antes, classificando-a como fraudulenta. Até a ruptura, os migrantes venezuelanos sujeitos a deportação eram enviados em voos comerciais e posteriormente, por um tempo, para o México.

Biden ofereceu proteção migratória a 472 mil venezuelanos por 18 meses para que possam obter permissão de residência e trabalho. No entanto, isso se aplica apenas a quem chegou ao país antes de 31 de julho de 2023. Aqueles que chegaram após essa data e não têm "base legal" para permanecer no país serão expulsos.

Os Estados Unidos operam até 70 voos semanais com deportações, a maioria deles para a América Central e do Sul.

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