Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Chegada de bebê real impulsiona celebrações pela unidade britânica

Comoção por nascimento do novo príncipe atinge "a imaginação e as expectativas de muitas pessoas", segundo especialista ouvido pelo R7

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7

Duquesa Kate Middleton e príncipe William apresentaram seu terceiro filho
Duquesa Kate Middleton e príncipe William apresentaram seu terceiro filho

Com o nascimento do terceiro filho da duquesa Kate Middleton e do príncipe William, do Reino Unido, nesta segunda-feira (23), os olhos do mundo se voltaram para a família real britânica. O acontecimento ganhou as manchetes internacionais e, entre os ingleses, rendeu apostas sobre o nome do novo herdeiro poucas horas depois do anúncio de sua chegada.

Para o professor Estevão de Rezende Martins, especialista em História Contemporânea e europeia da UnB (Universidade de Brasília), o nascimento do novo príncipe se torna uma oportunidade para que os britânicos se mostrem unidos em torno de uma causa.

"Uma das razões fundamentais para que os membros da monarquia britânica ajam no espaço público é mostrar que a continuidade da realeza é uma espécie de garantia da estabilidade, da glória, da projeção que é a própria Inglaterra, ou seja: o Reino Unido da Grã-Bretanha", comenta Martins.

O professor aponta que a cobertura massiva da mídia e a comoção gerada pelo nascimento do sexto bisneto da Rainha Elizabeth II têm a ver com o glamour existente em torno da realeza “em um mundo fundamentalmente republicano”.


"Reis, rainhas, príncipes e princesas parecem mais personagens de contos de fadas do que propriamente do mundo real. Além disso, como são personagens ligados a um país que tem uma presença muito forte na história coletiva de muitas regiões, a cobertura midiática em torno desse evento tem um efeito que atinge a imaginação e as expectativas de muitas pessoas", pondera o especialista, em entrevista ao R7.

Nostalgia e renovação


A duquesa Kate Middleton deu entrada em um hospital no centro de Londres em trabalho de parto na manhã de segunda-feira. Às 13h do horário local (9h no horário de Brasília) veio a confirmação do nascimento de um menino pela conta do Palácio de Kensington — residência oficial da monarquia britânica — no Twitter: "Sua alteza real a duquesa de Cambridge deu à luz um menino às 11h01. O menino pesa 8 libras e 7 onças (3,8 quilos). O duque de Cambridge estava presente na hora do parto. Sua alteza real e a criança estão bem."

Renato Vieira, professor de História da Comunicação nas Faculdades Integradas Rio Branco e autor do livro "God Save The Queen - O imaginário da realeza britânica na mídia", acredita que o grande interesse em torno do nascimento do bebê real esteja também relacionado a sentimentos como nostalgia.


Multidão se aglutina para ver príncipe William na entrada de hospital
Multidão se aglutina para ver príncipe William na entrada de hospital

"As pessoas estão em busca de símbolos nostálgicos, de quando o mundo parecia ter uma ordem estabelecida. Ou seja: diante da confusão que nós vivemos hoje, a família real é algo previsível. Todo mundo conhece seus personagens, quando eles nasceram, como eles viveram e como foram criados", diz.

Leia também

A tradição de acompanhar diariamente tudo o que acontece com a família real, de acordo com Vieira, já dura 150 anos.

"Desde o século 19, a partir do momento em que mídia se torna de massa e você tem mais jornais impressos, com fotografias, as pessoas passam a participar mais intimamente dos acontecimentos da família real, especialmente no Reino Unido", completa.

O professor conclui que os recentes eventos envolvendo a família real — como o nascimento do terceiro filho de Kate e William e o casamento do príncipe Harry com a atriz Meghan Markle, que ocorrerá em maio — são marcos de renovação de uma das mais antigas instituições da história.

"Para o Reino Unido, a realeza não só aglutina pessoas em torno de um símbolo comum como se torna um fator de exposição do país para o restante do mundo. Nascimentos, casamentos, etc. são fenômenos que têm conotações políticas e mostram que não há, internacionalmente, outra monarquia como a britânica. É assim que ela se rejuvenesce", comenta.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.