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China acelera disputa naval no Pacífico com porta-aviões Fujian e pressiona influência dos EUA

Objetivo de longo prazo de Pequim é afastar forças dos EUA da chamada ‘primeira cadeia’, que inclui Taiwan, Filipinas e partes do Japão

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A China lançou o porta-aviões Fujian, que aumenta seu poder naval no Pacífico e pressiona a influência dos EUA.
  • O Fujian tem tecnologia avançada, incluindo catapultas eletromagnéticas, e pode operar até 60 aeronaves.
  • A novidade fortalece a estratégia militar chinesa, especialmente em áreas em disputa, como o Mar da China Meridional e Taiwan.
  • Especialistas alertam que o desenvolvimento do Fujian pode mudar a dinâmica de força no Pacífico e intensificar as tensões regionais.

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Grupo de ataque do Fujian deve incluir cruzadores Tipo 055, chamados pela mídia estatal de “matadores de porta-aviões”
Grupo de ataque do Fujian deve incluir cruzadores Tipo 055, chamados pela mídia estatal de “matadores de porta-aviões” Reprodução/X

A entrada em operação do Fujian, terceiro e mais avançado porta-aviões chinês, marca uma mudança decisiva no equilíbrio militar do Pacífico. Com catapultas eletromagnéticas inéditas fora dos Estados Unidos, capacidade para cerca de sessenta aeronaves e apoio de até dez navios de guerra, o superporta-aviões amplia o alcance de Pequim e estreita a vantagem naval americana na região, segundo analistas dos EUA, Japão, Taiwan e China.

O Fujian impulsiona a estratégia militar chinesa ao permitir operações mais complexas no Mar da China Meridional, no Estreito de Taiwan e além da chamada segunda cadeia de ilhas. A nova embarcação reforça a capacidade de intimidação sobre vizinhos que disputam águas estratégicas e aumenta a pressão sobre Taiwan.


A tecnologia usada no Fujian coloca a China como o único país, além dos Estados Unidos, a dominar esse sistema. Apenas um porta-aviões americano, o USS Gerald R. Ford, utiliza catapultas semelhantes. Xi Jinping tomou a decisão pessoal de adotá-las, segundo a emissora estatal CCTV, que destacou a participação do líder no lançamento do foguete de demonstração durante a cerimônia de apresentação do navio em Hainan.

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A China já possui a maior marinha do mundo em número de embarcações e o maior arsenal de mísseis balísticos e de cruzeiro lançados do solo. O novo porta-aviões aprofunda essa vantagem numérica com uma plataforma capaz de operar aviões mais pesados, ampliando o raio de ação de sistemas de vigilância, coleta de dados e comando. O Fujian será o único navio chinês apto a lançar o KJ-600, aeronave de alerta antecipado comparada ao E-2 Hawkeye americano e descrita pela imprensa chinesa como o “cérebro no céu”.


O grupo de ataque do Fujian deve incluir cruzadores Tipo 055, chamados pela mídia estatal de “matadores de porta-aviões”, equipados com mísseis antinavio hipersônicos YJ-21. Ele também deve operar caças J-15 modernizados e caças furtivos J-35.

Mesmo com o avanço chinês, os Estados Unidos seguem com vantagem numérica e tecnológica. A Marinha americana mantém onze porta-aviões operacionais, todos movidos a energia nuclear e capazes de projeção global. Analistas afirmam, porém, que o foco chinês na Ásia reduz a distância efetiva entre os dois países.


China já possui a maior marinha do mundo em número de embarcações e o maior arsenal de mísseis balísticos
China já possui a maior marinha do mundo em número de embarcações e o maior arsenal de mísseis balísticos Reprodução/X

A modernização chinesa tem origem na crise de Taiwan dos anos 1990, quando Washington enviou porta-aviões ao Estreito e irritou Pequim. Desde então, a China busca meios para dificultar a ação militar americana. Um porta-aviões adicional pode reforçar essa estratégia. Imagens de satélite indicam que a China já trabalha em um quarto navio, possivelmente maior e movido a propulsão nuclear.

Para especialistas, o objetivo de longo prazo é operar com liberdade dentro da segunda cadeia de ilhas e afastar forças dos EUA da primeira cadeia, que inclui Taiwan, Filipinas e partes do Japão. Em maio e junho, porta-aviões chineses realizaram exercícios simultâneos no Pacífico Ocidental. A mídia estatal destacou a capacidade do Fujian de operar ainda mais longe.


Em Taiwan, aumentam os temores de cerco. Xi Jinping afirma que a unificação é prioridade. Autoridades americanas, como o ex-diretor da CIA William Burns, estimam que Xi deseja ter condições para uma ação militar até 2027. Analistas avaliam que uma invasão não seria liderada por porta-aviões, mas que eles seriam essenciais para impedir que aliados socorram Taiwan.

Os analistas cravam que o lançamento do Fujian muda a percepção de força no Pacífico e sinaliza uma China mais confiante em enfrentar o poder naval americano.

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