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China acusa Elon Musk por 'quase acidente' em estação espacial

O governo da China afirmou que dois satélites do bilionário quase colidiram com a estação espacial de Pequim

Internacional|Do R7

Satélites de Elon Musk quase causaram acidente em estação espacial de Pequim, diz governo chinês
Satélites de Elon Musk quase causaram acidente em estação espacial de Pequim, diz governo chinês

A China acusou nesta terça-feira (28) os Estados Unidos de serem "uma ameaça grave" para a segurança de seus astronautas, ao afirmar que dois satélites do bilionário Elon Musk quase colidiram com a estação espacial de Pequim.

A estação espacial chinesa Tiangong teve que executar "controles preventivos para evitar colisões" durante dois "encontros próximos" com os satélites Starlink da SpaceX em julho e outubro, de acordo com um documento enviado por Pequim neste mês à agência espacial da ONU.

Nas duas ocasiões, os satélites entraram em órbitas que obrigaram os operadores da estação espacial a mudar de curso, afirma o documento.

A SpaceX, com sede na Califórnia, não respondeu aos pedidos de comentário até o momento.


Nas redes sociais, os chineses criticaram Musk e suas empresas pelos incidentes. Uma proposta de boicote recebeu 87 milhões de visualizações até a manhã desta terça-feira (28).

Os carros elétricos da Tesla, empresa de Musk, têm grande aceitação na China.


"Que ironia que os chineses comprem [carros] Tesla, pagando grandes somas de dinheiro, para que Musk pudesse lançar o Starlink e depois [quase] colidir com a estação espacial da China", comentou uma pessoa.

"Preparem-se para boicotar a Tesla", escreveu outro, em uma resposta-padrão na China para marcas estrangeiras consideradas contrárias aos interesses nacionais de Pequim.


Alguns especularam que Washington teria anunciado sanções caso os papéis fossem invertidos no incidente.

De acordo com a China, que evitou atacar Musk, o governo dos Estados Unidos não cumpriu com suas "obrigações internacionais" no espaço.

"Isto constitui uma ameaça grave para a vida e a segurança dos astronautas chineses", afirmou o porta-voz da diplomacia do país, Zhao Lijian.

No documento enviado à ONU, a China afirma, em referência ao incidente de outubro, que a "estratégia de manobra não era conhecida e os erros orbitais são difíceis de avaliar". Também destacou que atuou para "garantir a segurança e a vida dos astronautas".

Tiangong, que significa "palácio celestial", é a mais recente conquista no esforço da China para virar uma potência espacial, depois de pousar um robô em Marte e enviar sondas à Lua. 

O módulo central da estação entrou em órbita há alguns meses e deve estar plenamente operacional em 2022. Duas tripulações de três astronautas cada uma se sucederam a bordo desde junho.

"As manobras evasivas se tornam mais frequentes à medida que mais objetos saturam a órbita próxima à Terra e forçam ajustes de trajetória para evitar acidentes", disse Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

"Realmente notamos um aumento no número de passagens próximas desde que o Starlink começou a ser enviado", afirmou à AFP. Ele acrescentou que uma colisão "destruiria completamente" a estação espacial e mataria todos que estão a bordo.

Musk é admirado na China, mas a reputação da Tesla, que vende dezenas de milhares de carros por mês no país, caiu após uma série de acidentes, escândalos e preocupações com o armazenamento de dados.

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