China faz exercício militar e 'cerco total' a Taiwan com aviões, helicópteros e navios de guerra
Exército chinês anuncia treinamento em torno da ilha em preparação para um possível combate contra separatistas
Internacional|Do R7
A China iniciou neste sábado (8) três dias de exercícios militares em torno de Taiwan, que representam "uma advertência severa às forças separatistas" da ilha autogovernada, anunciou o porta-voz militar Shi Yi.
As manobras acontecem em um contexto de tensão com a ilha do Pacífico, após uma reunião da presidente Tsai Ing-wen com o deputado Kevin McCarthy, presidente da Câmara dos Estados Unidos.
O Exército de Libertação Popular da China "vai organizar, de 8 a 10 de abril, um exercício de preparação para o combate com o estreito de Taiwan, nas partes norte e sul da ilha e no espaço aéreo a leste da ilha", informou a instituição militar.
"O exercício de hoje se concentra na capacidade de tomar o controle do mar, o espaço aéreo e da informação [...] para criar uma dissuasão e um cerco total de Taiwan", acrescentou Shi Yi em uma declaração no canal estatal CCTV.
De acordo com a emissora, contratorpedeiros, navios rápidos com lança-mísseis, caças e navios-tanque serão mobilizados durante as manobras.
A localização exata das operações não foi divulgada, mas na segunda-feira (10) os exercícios utilizarão munição letal na costa da província de Fujian, diante de Taiwan, informou a autoridade marítima regional em um comunicado.
O Ministério da Defesa de Taiwan informou a detecção de 42 aeronaves e oito aviões militares chineses em torno da ilha por volta das 6h locais. Segundo o ministério, quatro dos aparelhos haviam entrado na zona de identificação de sua defesa aérea. Ainda de acordo com a pasta, os exercícios militares anunciados pela China "minam gravemente a paz, a estabilidade e a segurança da região".
A presidente Tsai criticou o "contínuo expansionismo autoritário" de Pequim.
Nos últimos dois dias desta semana, helicópteros e navios de guerra chineses foram vistos próximos de Taiwan.
Taiwan se considera um território autônomo da China, inclusive com governo próprio. Já o país comandado por Xi Jinping não aceita a independência da ilha e afirmou várias vezes que pretende retomar a região, com o uso da força se necessário. Os Estados Unidos apoiam Taiwan e reconhecem sua autonomia.