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China pode ter cometido crimes contra a humanidade em Xinjiang, diz Nações Unidas

Segundo relatório da ONU, chineses discriminaram membros da etnia uigur e de outros grupos muçulmanos

Internacional|Do R7

Relatório é um alerta para possíveis violações da China a determinados grupos
Relatório é um alerta para possíveis violações da China a determinados grupos

A "detenção arbitrária e discriminatória" de membros da etnia uigur e de outros muçulmanos pelo governo da China na região de Xinjiang pode constituir crimes contra a humanidade, disse a principal responsável por direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, em um esperado relatório publicado nesta quarta-feira (31).

A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, que enfrentou críticas de alguns diplomatas e de grupos de direitos humanos por ser muito branda com a China, divulgou o relatório poucos minutos antes de o mandato de quatro anos terminar, nesta quarta. Ela visitou a China em maio.

O extenso relatório diz que "graves violações de direitos humanos foram cometidas" em Xinjiang "no contexto da aplicação de estratégias do governo de contraterrorismo e ´contraextremismo'".

"A extensão da detenção arbitrária e discriminatória de membros da etnia uigur e de outros grupos predominantemente muçulmanos [...] pode constituir crimes internacionais, em particular crimes contra a humanidade", disse o relatório da ONU.


A ex-presidente chilena recomendou ao governo chinês que tome medidas imediatas para libertar todos os detidos em centros de treinamento, prisões ou instalações de detenção.

"Há indícios críveis de violações dos direitos reprodutivos por meio da aplicação coercitiva das políticas de planejamento familiar desde 2017", disse o relatório.


O documento acrescenta que a falta de dados do governo "torna difícil tirar conclusões sobre a extensão total da aplicação atual dessas políticas e as violações associadas dos direitos reprodutivos".

Grupos de direitos humanos acusam a China de cometer abusos contra os uigures, uma minoria étnica majoritariamente muçulmana que soma cerca de 10 milhões de pessoas na região oeste de Xinjiang, incluindo o uso de trabalho forçado em campos de confinamento.

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