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China reage a ameaça de tarifa de 100% dos EUA e diz que poderá tomar medidas

Em comunicado oficial, China disse que não quer guerra tarifária, mas “não tem medo de uma”

Internacional|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A China rejeita a ameaça dos EUA de tarifas de 100% e pede negociações.
  • O Ministério do Comércio chinês afirma que não deseja uma guerra tarifária, mas está preparado para enfrentá-la.
  • A troca de acusações entre os dois países pode comprometer um encontro entre Trump e Xi Jinping.
  • A China controla 70% da mineração de terras raras, essenciais para diversas indústrias, e impôs novas restrições às exportações.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Em comunicado oficial, China disse não ter medo de guerra tarifária Marcelo Camargo/Agência Brasil - arquivo

A China sinalizou neste domingo (12) que não vai recuar diante da ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 100% ao país e pediu aos Estados Unidos que resolvam as diferenças por meio de negociações, e não de ameaças.

“A posição da China é consistente”, disse o Ministério do Comércio em comunicado. “Não queremos uma guerra tarifária, mas não temos medo de uma.”


Foi o primeiro comentário oficial da China sobre a ameaça de Trump de elevar o imposto sobre importações chinesas até 1º de novembro, em resposta às novas restrições impostas por Pequim à exportação de terras raras, que são vitais para uma ampla gama de produtos de consumo e militares.

A troca de acusações ameaça atrapalhar um possível encontro entre Trump e o líder chinês Xi Jinping e acabar com a trégua de uma guerra comercial que, em abril, chegou a ter tarifas acima de 100% dos dois lados.


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Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump aumentou os impostos sobre as importações de muitos parceiros comerciais dos EUA, buscando obter concessões. A China tem sido um dos poucos países que não recuaram, contando com sua influência econômica.

“Recorrer frequentemente à ameaça de altas tarifas não é a maneira correta de se relacionar com a China”, disse o Ministério do Comércio em sua publicação, que foi apresentada como uma série de respostas de um porta-voz não identificado a quatro perguntas de veículos de comunicação. A declaração pediu que quaisquer preocupações fossem abordadas por meio do diálogo.


“Se o lado americano insistir obstinadamente em sua prática, a China certamente tomará medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”, afirmou a publicação.

Além da tarifa de 100%, Trump ameaçou impor controles de exportação sobre o que chamou de “software crítico”, sem especificar o que isso significa. Ambos os lados acusam o outro de violar o espírito da trégua ao impor novas restrições comerciais. Trump disse em uma postagem nas redes sociais que a China está “se tornando muito hostil” e que estaria mantendo o mundo refém ao restringir o acesso a metais e ímãs de terras raras.


O Ministério do Comércio chinês disse que os EUA introduziram várias novas restrições nas últimas semanas, incluindo a expansão do número de empresas chinesas sujeitas aos controles de exportação dos EUA. Sobre as terras raras, o ministério disse que as licenças de exportação seriam concedidas para usos civis legítimos, destacando que os minerais também têm aplicações militares. As novas regras incluem a exigência de que empresas estrangeiras obtenham aprovação do governo chinês para exportar itens que contenham terras raras originárias da China, independentemente de onde os produtos sejam fabricados.

A China responde por cerca de 70% da mineração mundial de terras raras e controla cerca de 90% de seu processamento global. O acesso ao material é um dos principais pontos de disputa nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. Os minerais críticos estão presentes em diversos produtos, desde motores a jato, sistemas de radar e veículos elétricos até eletrônicos de consumo, como laptops e telefones. As restrições chinesas de exportação têm afetado fabricantes europeus, americanos e de outras regiões.

O comunicado do Ministério do Comércio afirmou que os EUA também estão ignorando as preocupações chinesas ao avançar com novas taxas portuárias para navios chineses, que entram em vigor nesta terça-feira. Em resposta, a China anunciou na sexta-feira que iria impor taxas portuárias aos navios americanos.

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