A explosão na fábrica de fertilizantes não é o primeiro grande evento trágico da região de Waco, cidade no centro do Estado americano do Texas. Há 20 anos, a população assistia em choque à morte de 76 pessoas em um incêndio provocado por uma seita religiosa que se encontrava cercada pela polícia. Conhecido como Cerco de Waco, o episódio teve início em 28 de fevereiro de 1993, quando o Departamento de Justiça norte-americano enviou uma equipe para cumprir um mandado de busca na sede da Monte Carmelo, uma seita do ramo davidiano da Igreja Adventista.Explosão em fábrica de fertilizantes no Texas deixou entre 5 e 15 mortos, diz políciaVeja fotos da explosão na fábrica de fertilizantes Recebidos a bala, os agentes entraram em confronto com os seguidores e foram registradas as mortes de quatro policiais e seis membros da Monte Carmelo, fundada e liderada por David Koresh, um homem que acreditava ser “o último profeta”. Logo após o tiroteio, o FBI assumiu o controle da operação e estabeleceu um cerco em torno do complexo da Monte Carmelo, localizado em um rancho de Waco. Nos primeiros dias, os davidianos mantiveram contato telefônico, e Koresh chegou até a conceder entrevistas. Foi então que a polícia decidiu cortar toda a ligação da seita com o mundo externo, e as negociações passaram a ser feitas apenas por membros do FBI. Foram, ao todo, 51 dias de cerco. Neste período, acreditando que as negociações evoluiriam, o FBI permitiu que Koresh fizesse uma declaração em rede nacional — ele, no entanto, anunciou ao mundo que permaneceria no rancho, porque "Deus o havia mandado esperar”. A seita aceitou liberar 19 crianças, desde que elas saíssem em duplas, em uma alusão à Arca de Noé. Interrogadas pela polícia mais tarde, elas declararam terem sofrido abusos físicos e sexuais pelos adultos da seita, informação que, no entanto, nunca pôde ser confirmada. Temendo um suicídio coletivo, em 19 de abril o FBI decidiu apertar o cerco. Bombas de gás lacrimogêneo foram colocadas no interior do rancho com a ajuda de tanques, e túneis foram abertos para que os seguidores de Koresh saíssem sem se machucar. Mais uma vez recebidos com tiros, os policiais então aumentaram a quantidade de gás, mas nem assim os davidianos saíram. Foi quando um incêndio teve início na casa, e os religiosos se dividiram entre os que tentaram escapar, mas ficaram encurralados, e os que se recusaram a deixar a seita. Ao todo, apenas nove pessoas conseguiram deixar a Monte Carmelo durante o fogo. No final do incêndio, a contagem de mortos chegou a 76, incluindo 20 crianças, duas grávidas e o próprio David Koresh.O que acontece no mundo passa por aquiModa, esportes, política, TV: as notícias mais quentes do dia