Cientistas localizam naufrágio de 17 bilhões de dólares na Colômbia
Com ajuda do submarino-robô que achou destroços do voo da Air France, pesquisadores acharam galeão espanhol carregado de ouro e esmeraldas
Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais
Cientistas norte-americanos divulgaram nesta semana a descoberta do naufrágio mais valioso da história. Os restos do galeão espanhol San José, que afundou em batalha há mais de 300 anos foram localizados na costa da Colômbia, perto de Cartagena.
A carga do navio, que incluía 62 canhões de bronze e uma grande quantidade de barras de ouro, prata e esmeraldas, é avaliada em 17 bilhões de dólares (cerca de R$ 62 bilhões). O naufrágio foi localizado a cerca de 600 metros de profundidade, em 27 de novembro de 2015, mas só agora a descoberta foi confirmada.
"Cálice sagrado dos naufrágios"
O San José fazia parte de uma frota espanhola, enviada às colônias da América do Sul para buscar ouro, prata e pedras preciosas. Após apanhar a carga na cidade de Portobelo (atualmente parte do Panamá), a frota se dirigia para Cartagena, onde faria a última parada antes de retornar à Espanha.
No dia 8 de junho de 1708, os espanhóis foram emboscados por navios ingleses, a cerca de 60 quilômetros de Cartagena. Espanha e Inglaterra estavam em conflito por conta da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) e o objetivo dos britânicos era tomar o San José e levar sua carga embora.
Depois de mais de uma hora de combate, segundo os historiadores, a carga de pólvora do San José explodiu, fazendo com que o navio, uma das joias da armada espanhola, fosse ao fundo com 600 tripulantes. Apenas 11 deles sobreviveram.
Desde então, muitas buscas foram feitas na costa colombiana para tentar encontrar o San José e sua carga, apelidada de 'cálice sagrado dos naufrágios', um dos maiores tesouros afundados da história. O navio ficou perdido durante mais de três séculos, até que a tecnologia desse uma ajuda.
Robô conhecido
O naufrágio foi localizado por uma missão formada pela marinha colombiana e por cientistas do Woods Hole Oceanographic Institution, instituto norte-americano sediado em Massachusetts, com a ajuda de um robô que já ajudou investigadores brasileiros em alto mar.
O REMUS 6000 foi usado para localizar os destroços do avião Airbus 330 que fazia o voo 447 da Air France e caiu no Oceano Atlântico, perto de Fernando de Noronha, em 1º de junho de 2009, matando as 228 pessoas a bordo.
O avião foi encontrado apenas em abril de 2011, a quase 4 mil metros de profundidade, graças à tecnologia do REMUS.
Em ambos os casos, do navio e do avião, as câmeras de alta definição na parte inferior do submarino, que é guiado por controle remoto, foram essenciais para localizar os destroços. Foi vendo os canhões de bronze do San José que os pesquisadores se deram conta de que tinham encontrado o tesouro que procuravam.