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Cinza e sem graça? Dinossauros gigantes eram tão coloridos quanto algumas aves modernas

Estruturas microscópicas encontradas na pele sugerem padrões visuais variados em espécies de pescoço longo

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A pesquisa liderada por Tess Gallagher sugere que dinossauros como o Diplodocus podem ter sido coloridos, ao contrário da imagem tradicional.
  • A análise de fósseis de 145 milhões de anos revelou a presença de melanosomas, estruturas que armazenam melanina e definem a coloração.
  • Os cientistas encontraram diferentes formatos de melanosomas, indicativos de múltiplas tonalidades na pele desses dinossauros.
  • A semelhança das estruturas com as de penas de aves modernas sugere que os dinossauros podiam ter padrões cromáticos variados.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Ilustração de um saurópode, com detalhe mostrando estruturas pigmentadas na pele observadas em microscópio eletrônico Tess Gallagher

A ideia que muitos temos de que os dinossauros eram cinzas ou verdes, com uma coloração meio sem graça, pode estar errada. Segundo um estudo liderado pelo pesquisador Tess Gallagher, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, alguns desses bichões pré-históricos podem ter sido tão coloridos quanto algumas aves atuais.

Os pesquisadores analisaram fósseis de cerca de 145 milhões de anos, encontrados em Montana, nos Estados Unidos. Embora não seja possível identificar com absoluta certeza a espécie, os pesquisadores acreditam que os fragmentos provavelmente pertencem a um exemplar de Diplodocus.


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Para realizar o estudo, a equipe retirou pequenos pedaços de quatro escamas da pele fossilizada utilizando um bisturi. Esses fragmentos foram analisados em um microscópio eletrônico de varredura, equipamento capaz de revelar detalhes em escala celular, o que permitiu observar estruturas invisíveis a olho nu.


Segundo Gallagher, a pele estava preservada em três dimensões, e não apenas como uma impressão superficial. Esse nível de conservação possibilitou identificar a presença de melanosomas, que são estruturas dentro das células responsáveis por armazenar melanina, pigmento que define a cor da pele, dos olhos, dos pelos e das penas.


Em todos os espécimes analisados, os cientistas encontraram melanosomas de dois tipos principais: em formato oblongo e em forma de disco. Embora ainda não seja possível afirmar com precisão quais cores esses dinossauros exibiam, a diversidade dessas estruturas aponta para a existência de múltiplas tonalidades na pele.


Gallagher afirma que o resultado superou as expectativas iniciais do grupo. “Eu esperava encontrar apenas vestígios mínimos de melanina”, disse. “Mas o que observamos foi evidência de que os saurópodes poderiam ter diferentes formatos de melanosomas, o que implica potencial para uma ampla diversidade de cores.”

As estruturas em forma de disco chamaram especial atenção dos pesquisadores por serem semelhantes aos chamados melanosomas plaquetários presentes nas penas de aves modernas. Essa semelhança reforça a possibilidade de que o dinossauro Diplodocus pudesse produzir padrões cromáticos mais chamativos do que a imagem tradicional acinzentada retratada em ilustrações antigas.

Para o paleontólogo Mike Benton, também da Universidade de Bristol e que não participou da pesquisa, a forma e o estado de preservação das estruturas tornam plausível a interpretação de que se tratam, de fato, de melanosomas. Segundo ele, o estudo pode representar o primeiro registro confiável de estruturas portadoras de cor em um dinossauro saurópode.

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