Milhares de pessoas abandonaram suas casas na zona rural de Ituango, no noroeste do país
Reprodução / TwitterMais de 4 mil pessoas tiveram que deixar suas casas no noroeste da Colômbia após receber ameaças de grupos armados que lutavam pelo controle das plantações de drogas, informaram as autoridades nesta terça-feira (27).
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“No momento temos 4.041 deslocados, 50% mulheres. São quase 1.675 famílias” que chegaram à área urbana de Ituango, no departamento de Antioquia, disse o prefeito local, Edwin Mauricio Mira, à W Radio.
Embora “não haja nenhum tipo de confronto” entre grupos armados, segundo o presidente, presume-se que os responsáveis pelo êxodo interno sejam grupos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que “atualmente espreitam a comunidade, extorquindo e matando o campesinato de Ituango".
Para Mira, é uma "estratégia" dos dissidentes - que se afastaram do acordo de paz assinado em 2016 com as FARC - para "obrigar os camponeses a irem à cidade e pedirem ao exército que saia da área".
Por sua vez, o governo do departamento responsabiliza dissidentes das FARC e do Clã do Golfo, maior gangue do narcotráfico de origem paramilitar do país, e oferece recompensas que somam o equivalente a 51 mil dólares por informações que permitam a captura de seus líderes.
Mira especificou que a área é "um ponto muito estratégico para o tráfico de armas e drogas", pelo qual esses dois grupos armados lutam.
De acordo com a prefeitura, é o maior deslocamento forçado que o município já sofreu, agravado pelas fortes chuvas que desde quarta-feira causaram deslizamentos e danos na área. Cerca de 1.800 pessoas foram afetadas pela "onda de inverno".
Com acesso ao Caribe e próximo ao Pacífico, onde traficantes transportam drogas para os Estados Unidos e Europa, Antioquia é o quinto departamento com mais plantações de drogas do país.