Comandante do Costa Concordia é condenado a 16 anos de prisão
O naufrágio aconteceu na noite de 13 de janeiro de 2012; 32 pessoas morreram e 64 ficaram feridas
Internacional|Do R7
![Schettino foi inabilitado durante cinco anos e seis meses de exercer a função de comandante de navio e de forma perpétua para cargos públicos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/JQ4DB5GKBRJEFPX5LN6I5EVYGE.jpg?auth=fb9a04a15ba5ba84952f7bdacbf4ba5eddbfec2360e292a50f3b58e0b12832c1&width=700&height=963)
Um tribunal italiano condenou nesta quarta-feira (12) a 16 anos de prisão o ex-capitão Francesco Schettino, por considerá-lo culpado pelo naufrágio do cruzeiro Costa Concordia em janeiro de 2012, que causou a morte de 32 pessoas.
Após sete horas de deliberações, Giovanni Puliatti, presidente do colégio de juízes, decidiu por esta condenação inferior à solicitação da promotoria, que pedia 26 anos e três meses de prisão.
Os crimes pelos quais foi condenado são homicídio culposo múltiplo, abandono de navio e por não ter informado imediatamente às autoridades portuárias da colisão contra o rochedo em frente à ilha italiana de Giglio, que provocou o desastre.
Imagens mostram o interior do Costa Concordia, o luxuoso cruzeiro que naufragou na Itália em 2012
Tripulante do Costa Concordia diz que foi obrigada a mentir para passageiros
O Tribunal de Grosseto, que considerou provado que Schettino abandonou o navio, excluiu o agravante de culpabilidade consciente alegado pelos promotores durante o processo, que começou em 17 de julho de 2013.
Além disso, Schettino foi inabilitado durante cinco anos e seis meses de exercer a função de comandante de navio e de forma perpétua para cargos públicos. Francesco Schettino e a empresa Costa Concordia, como responsável civil, terão que ressarcir economicamente às várias partes civis, entre elas a região da Toscana, alguns ministérios, a Defesa Civil italiana e a prefeitura de Giglio, em cujo litoral o navio ficou encalhado.
Sua defesa tinha alegado durante o julgamento que Schettino nunca abandonou o navio, mas caiu em um dos botes salva-vidas, ao mesmo tempo em que tentou convencer que sua manobra posterior ao impacto salvou a maioria dos 4.200 passageiros.
Durante a leitura do veredicto o comandante não esteve presente porque, segundo seus advogados, tinha febre. No entanto, um pouco antes do anúncio da sentença, Schettino encerrou a última audiência do processo com uma alegação espontânea na qual não pôde conter as lágrimas e com a qual voltou a reivindicar sua inocência.
O naufrágio aconteceu na noite de 13 de janeiro de 2012, quando o Costa Concordia, no qual viajavam 4.229 pessoas, encalhou no litoral da ilha de Giglio. No acidente, 32 pessoas morreram e 64 ficaram feridas.
Em processo paralelo sobre o naufrágio do Concordia já foram pronunciadas penas de 23 meses e 18 meses aos oficiais Ciro Ambrosio e Silvia Coronica, respectivamente; de 20 meses ao timoneiro Jacob Rusli; de 30 meses ao chefe de bordo, Manrico Giampedroni, e de 34 meses a Roberto Ferrarini, chefe da unidade de crise em terra da Costa Cruzeiros, proprietária do barco.