Combatentes sírios usam comida como 'arma de guerra', diz ONU
Entidade também denuncia que Exército ateou fogo em milhares de hectares de trigo e outras plantações. Milhares de civis foram obrigados a migrar
Internacional|Do R7
Combatentes atearam fogo em milhares de hectares de trigo e outras plantações no noroeste da Síria em uma campanha que transformou suplementos alimentares em uma "arma de guerra" e forçou milhares de civis a migrar, informou a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (4).
Imagens de satélite divulgadas por ativistas na semana passada mostraram campos, pomares e olivais queimando na região onde o Exército sírio apoiado pela Rússia na Síria vem atacando rebeldes em sua última grande fortaleza.
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As partes envolvidas na luta culparam uma a outra pela destruição, informou o Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP).
"O mais recente surto de violência em Idlib e no norte de Hamã deixou dezenas de vítimas, incendiou milhares de hectares de cultivos vitais e forçou ao menos 300 mil pessoas a se retirarem de suas casas", disse o porta-voz do WFP, Herve Verhoosel.
"Cultivos como cevada, trigo e vegetais foram destruídos. A destruição das terras agrícolas e do setor agrícola é inaceitável", afirmou ele em coletiva de imprensa em Genebra.
Fazendeiros não conseguiram chegar a seus campos ou cuidar de seus cultivos durante a época da colheita, já que as partes envolvidas na guerra disputavam controle e território, disse Verhoosel.
"A coisa mais importante para nós, não é aceitável fazer a população civil de refém mais uma vez, basicamente usar comida, distribuição de comida como arma de guerra", acrescentou.
No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu que a Rússia e forças do governo sírio parassem de bombardear Idlib, após um comunicado do Kremlin na sexta-feira sinalizando que Moscou continuaria a apoiar uma ofensiva do governo da Síria que já dura um mês.
O fogo também se alastrou para outras áreas, devido a altas temperaturas, segundo o WFP. No total, menos de 5% da plantação da Síria foi afetada, acrescentou.