Como a China converteu um jato da Guerra Fria em um drone de combate moderno
Reutilização de caças antigos sugere uma combinação de equipamentos de alta tecnologia com opções de baixo custo
Internacional|Do R7
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A China apresentou pela primeira vez no Changchun Air Show um caça J-6 convertido em drone de combate. O modelo, desenvolvido a partir de um jato da era soviética, marca a estratégia de Pequim de reaproveitar aeronaves antigas para missões não tripuladas. Segundo a organização do evento, o aparelho pode atuar tanto em operações de ataque quanto como alvo de treinamento.
“Esta aeronave foi modificada com base no caça J-6, com a remoção dos sistemas de armas de canhão, tanques de combustível externos e assentos ejetáveis. Ela foi equipada com um sistema de controle de voo automático e piloto automático, torres de asa adicionais e um sistema de navegação por acompanhamento de terreno”, disseram fontes chinesas ao site Defence Blog.
A versão atualizada do drone teria realizado seu primeiro voo não tripulado em 1995. Desde então, foi usada em diferentes funções, como simulação de ameaças, treino de artilharia antiaérea e exercícios de tiro real, até receber as características atuais de um drone de combate.
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O J-6, versão chinesa do MiG-19 soviético, foi durante anos a espinha dorsal da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China. Ele voou pela primeira vez em 30 de setembro de 1959 e mais de 4.500 unidades foram produzidas e operadas até 1990.
Embora tenha sido retirado do serviço de linha de frente, a China mantém um grande estoque dessas aeronaves ainda em condições de voo. A conversão para drones permite transformar esses aviões em plataformas descartáveis, úteis tanto para treinamento quanto para sobrecarregar sistemas de defesa aérea inimigos em um conflito.
A presença do J-6 no show aéreo reacendeu discussões sobre a estratégia chinesa de drones em múltiplas camadas. Além de modelos avançados, como o GJ-11 e o WZ-8, a reutilização de caças antigos sugere uma combinação de equipamentos de alta tecnologia com opções de baixo custo para pressionar adversários.

Analistas apontam duas principais utilidades para o projeto. A primeira é oferecer cenários de treinamento realistas para pilotos e operadores de defesa aérea, com alvos que reproduzem o comportamento de aviões tripulados. A segunda é o uso em operações militares, onde drones desse tipo poderiam saturar sensores e interceptadores.
A adaptação de caças antigos para operação remota não é exclusiva da China. Os Estados Unidos, por exemplo, empregam há anos aeronaves QF-16 e QF-4 em testes e treinamentos. A diferença, segundo especialistas, é a escala. O potencial número de conversões na China pode transformar esse programa em algo maior que um recurso auxiliar.
De acordo com o material apresentado no evento, o drone J-6 é utilizado tanto em exercícios simulados quanto em treinamentos com fogo real. Ele também apoia o preparo de forças terrestres equipadas com mísseis guiados por radar e sensores de rastreamento.
A exibição pública do J-6 convertido também foi interpretada como um gesto político. A transformação de um caça da Guerra Fria em drone de combate projeta a imagem de uma indústria capaz de adaptar tecnologias antigas e de oferecer soluções variadas para cenários de confronto.
Perguntas e Respostas
Qual foi a novidade apresentada pela China no Changchun Air Show?
A China apresentou um caça J-6 convertido em drone de combate, desenvolvido a partir de um jato da era soviética. Essa conversão faz parte da estratégia de Pequim de reaproveitar aeronaves antigas para missões não tripuladas.
Quais são as funcionalidades do drone J-6?
O drone J-6 pode atuar em operações de ataque e como alvo de treinamento. Ele foi modificado com a remoção de sistemas de armas, tanques de combustível externos e assentos ejetáveis, e agora conta com um sistema de controle de voo automático e um sistema de navegação por acompanhamento de terreno.
Quando foi realizado o primeiro voo do drone J-6?
A versão atualizada do drone J-6 realizou seu primeiro voo não tripulado em 1995 e desde então tem sido utilizada em diversas funções, como simulação de ameaças e treinamento de artilharia antiaérea.
Qual é a importância do J-6 para a Força Aérea da China?
O J-6, que é a versão chinesa do MiG-19 soviético, foi a espinha dorsal da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China. Embora tenha sido retirado do serviço de linha de frente, a China ainda mantém um grande estoque dessas aeronaves em condições de voo, permitindo sua conversão em drones para treinamento e operações militares.
Como a conversão do J-6 se relaciona com a estratégia de drones da China?
A presença do J-6 no show aéreo reacendeu discussões sobre a estratégia chinesa de drones em múltiplas camadas, combinando equipamentos de alta tecnologia com opções de baixo custo. Isso sugere uma abordagem diversificada para pressionar adversários em conflitos.
Quais são as utilidades do projeto de conversão do J-6?
Analistas apontam que o projeto oferece cenários de treinamento realistas para pilotos e operadores de defesa aérea, além de poder ser utilizado em operações militares para saturar sensores e interceptadores inimigos.
A adaptação de caças antigos para operação remota é uma prática comum em outros países?
Sim, a adaptação de caças antigos para operação remota não é exclusiva da China. Os Estados Unidos, por exemplo, utilizam aeronaves QF-16 e QF-4 em testes e treinamentos. No entanto, a escala do programa de conversão na China pode ser significativamente maior.
Qual foi a interpretação da exibição pública do J-6 convertido?
A exibição do J-6 convertido foi vista como um gesto político, demonstrando a capacidade da indústria chinesa de adaptar tecnologias antigas e oferecer soluções variadas para cenários de confronto.
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