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Como era o foguete sul-coreano que explodiu no Maranhão

Veículo de porte integrava missão inédita, levava satélites e experimentos científicos

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu após a decolagem na Base de Alcântara, no Maranhão.
  • A missão era histórica, sendo o primeiro lançamento comercial de um foguete orbital no Brasil, com o veículo projetado para levar satélites leves.
  • O HANBIT-Nano, com 21,8 metros de comprimento, tinha capacidade para transportar até 90 quilos a cerca de 500 km de altitude.
  • Após a explosão, equipes foram enviadas para investigar o acidente, que ocorreu após vários adiamentos do lançamento devido a falhas técnicas e climáticas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Foguete HANBIT-Nano foi desenvolvido pela empresa sul-coreana Innospace Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

O foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que explodiu após a decolagem na Base de Alcântara, no Maranhão, era um veículo lançador orbital de pequeno porte, desenvolvido para colocar satélites leves em órbita baixa da Terra.

O voo não era tripulado e fazia parte de uma operação considerada histórica por marcar o primeiro lançamento comercial de um foguete orbital a partir do território brasileiro.


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Com 21,8 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e cerca de 20 toneladas, o HANBIT-Nano foi projetado para transportar até 90 quilos de carga útil a uma órbita de aproximadamente 500 quilômetros de altitude.


O modelo integra uma nova geração de foguetes voltados a missões mais ágeis, de menor custo e focadas no crescente mercado de pequenos satélites.


O veículo é composto por dois estágios. No primeiro, utiliza um sistema de propulsão híbrida, que combina combustível sólido à base de parafina com oxidante líquido.


Já o segundo estágio emprega motores híbridos ou tecnologia baseada em metano líquido, solução que vem sendo adotada por novas iniciativas do setor espacial por oferecer maior eficiência e controle.

Desenvolvido pela empresa sul-coreana Innospace, o foguete envolveu o trabalho de 247 profissionais, incluindo 102 engenheiros dedicados diretamente às áreas de pesquisa e desenvolvimento. Antes do voo orbital, a companhia já havia realizado testes na mesma base com o veículo experimental Hanbit-TLV, em 2023, para validar seus motores híbridos.

A missão, batizada de Operação Spaceward, levava oito cargas úteis, incluindo cinco pequenos satélites e três dispositivos experimentais. A perda incluiu equipamentos de instituições de ensino brasileiras e de uma empresa indiana:

  • Jussara-K - Satélite da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para coleta de dados ambientais
  • FloripaSat-2A e 2B - Desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para testes de comunicação em órbita
  • PION-BR2 - Projeto educativo da startup PION com a UFMA e a Agência Espacial Brasileira (AEB)
  • Solaras-S2 - Satélite da empresa indiana Grahaa Space, destinado ao monitoramento de fenômenos solares
  • Outros experimentos - Incluíam sistemas de navegação inercial e tecnologias de geolocalização (SNI-GNSS)

Foguete explodiu após lançamento

O lançamento ocorreu às 22h13 de segunda-feira (22) e, segundo a Força Aérea Brasileira, o foguete iniciou a trajetória conforme o planejado logo após deixar a plataforma. Durante a transmissão, foi possível acompanhar o veículo ultrapassando a velocidade do som e atingindo o chamado “MAX-Q”, ponto de maior esforço aerodinâmico. Pouco depois, uma anomalia fez com que o foguete colidisse com o solo, provocando a explosão.

O voo havia sido adiado diversas vezes desde novembro, por falhas técnicas detectadas em sistemas do primeiro e do segundo estágios, além de condições meteorológicas desfavoráveis. Mesmo assim, a data escolhida era considerada a última janela possível para um lançamento em 2025, segundo a FAB.

Após o acidente, equipes da FAB, do Corpo de Bombeiros e técnicos da Innospace foram enviadas à área de impacto no Centro de Lançamento de Alcântara para analisar os destroços e coletar dados. A investigação conta ainda com o apoio da Agência Espacial Brasileira e busca esclarecer as causas da falha em um voo que simbolizava um novo passo para a exploração espacial comercial no país.


Valores e prejuízo

Não há um valor público oficial divulgado pela Innospace para o foguete HANBIT-Nano completo, mas já foram divulgados valores relacionados ao custo de serviço de lançamento (que é o que normalmente se negocia nesse mercado).

O acordo firmado entre a Innospace e a Agência Espacial Brasileira (AEB) estabelece que o preço para enviar carga ao espaço com o HANBIT-Nano gira em cerca de US$ 33 mil (cerca de R$ 180 mil) por quilo d colocado em órbita baixa da Terra (LEO). No caso de um contrato específico com o Brasil, foi citado que o país contratou 15 kg de capacidade por cerca de US$ 495 mil no total (cerca de R$ 2,7 milhões pelo câmbio atual).

Até o momento também não há informação oficial divulgada sobre um valor exato do prejuízo causado pela explosão do foguete HANBIT-Nano, seja para o governo brasileiro, para a empresa Innospace ou para os clientes envolvidos na missão.

Em casos como esse, especialmente com empresas privadas e contratos internacionais, os custos totais de fabricação, seguro e de substituição das cargas ainda precisam ser apurados e comunicados oficialmente. A Innospace e órgãos como a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Força Aérea Brasileira (FAB) ainda estão conduzindo análises técnicas e não detalharam prejuízos financeiros até o momento.

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