Companhias de trem da União Europeia e de outros países estão formando uma rede de ajuda humanitária para apoiar a Ucrânia e facilitar a saída das pessoas que querem fugir do país, invadido pelas tropas da Rússia.
A Associação Europeia de Ferrovias e Infraestruturas (CER) divulgou um comunicado de apoio à companhia ferroviária da Ucrânia, a Ukrzaliznytsia JSC, e expressou sua solidariedade com o povo ucraniano.
Segundo a associação, todas as ferrovias CER estão ativamente envolvidas nos esforços humanitários da UE para apoiar os ucranianos forçados a deixar a Ucrânia. Além disso, todos os membros e parceiros do CER também concordam em cumprir todas as sanções contra a Federação Russa e a República de Belarus.
Companhias ferroviárias vizinhas na Polônia, Moldávia, Romênia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca organizam trens para transportar ucranianos que querem sair do país e também para levar mercadorias para a Ucrânia.
Trens de ajuda humanitária estão atualmente circulando entre as estações fronteiriças entre a Polônia e a Ucrânia: Medica-Mostyska, Hrubieszów-Izov e Dorohusk-Jagodyn.
Áustria, República Tcheca e Alemanha oferecem viagens gratuitas entre os países aos cidadãos ucranianos.
Luxemburgo, Dinamarca, Lituânia, Holanda, Suíça, Bélgica, França e Finlândia concedem aos ucranianos viagens gratuitas em seus trens. Outros países da UE também estão se juntando à Ukrzaliznytsia e à Ucrânia.
"Com essas ações, as ferrovias demonstram sua solidariedade aos colegas das ferrovias ucranianas e ao povo ucraniano. Essas iniciativas continuarão a se desenvolver e expandir nos próximos dias. Além disso, os membros e parceiros do CER aplicam integralmente todas as sanções impostas por seus governos nacionais e pela UE”, disse a associação em um comunicado.
As ferrovias russas e de Belarus e suas filiais foram excluídas da União Internacional das Ferrovias (UIC). Ukrzaliznytsia insiste que as ferrovias de países hostis sejam excluídas de todas as organizações internacionais e que o transporte de mercadorias e passageiros seja interrompido com elas.
Quatro dias após o início da guerra, Putin começou a fazer ameaças sobre o uso de armas nucleares na Ucrânia. O presidente anunciou que a "força de dissuasão" do Exército russo, que pode incluir componentes nucleares, estava em alerta. Para Igor Lucena, doutor em relações internacionais pela Universidade de Lisboa e membro do Royal Institute of International Affairs, a declaração constituiu um dos momentos mais críticos do conflito