"Comparado com a Síria, o Brasil é como o paraíso", diz refugiado
País abre suas portas para refugiados e vem servindo de exemplo para outras nações
Internacional|Do R7*

Desde o início da crise na Síria, em 2012, o Brasil abriu suas portas para receber refugiados e, comparado com outros países da América e da Europa, o País tem se destacado pela facilidade de liberação do visto que permite a entrada dos estrangeiros no território.
O abrigo e receptividade dos brasileiros vêm chamando a atenção do mundo e servindo de exemplos para muitos outros países.
Filho de palestinos e nascido na Líbia, Jamal Zaiter, de 29 anos, morou a vida toda na Síria antes de ser obrigado a procurar outros lares ao redor do mundo, e hoje está vivendo no Brasil desde dezembro de 2014.
— O governo brasileiro foi o único que me deu visto para entrar no País.
Formado em química pela Universidade de Damasco, na Síria, Jamal chegou ao Brasil há nove meses, e hoje trabalha em um restaurante de comida árabe na cidade de São Paulo.
— Eu tenho todos os documentos necessários para morar aqui e trabalhar. Sou reconhecido como um cidadão, tenho RG, CPF e carteira de trabalho.
Durante uma entrevista para oR7, Jamal conta que, mesmo diante de toda a crise econômica que assola o Brasil, ele está aqui porque a Síria está destruída pela guerra civil e não tem como voltar para casa.
— Os sírios sabem que o Brasil está passando por tempos difíceis, e sabemos que não é um país muito rico. Mas eu tenho visto, tenho documentos e me sinto seguro aqui. Comparado com a Síria, o Brasil é como o paraíso.
Apesar de o Brasil ser líder entre os países da América em relação à disponibilização de abrigo para os refugiados, não é nem de perto a nação que mais sofre o impacto dessa crise migratória. Países do Oriente Médio, como Líbano, Iraque e Paquistão, estão no meio da zona de conflito e, por isso, abrigam cerca de 80% dos refugiados sírios. O Brasil, no entanto, é visto como um dos lugares mais desejáveis entre os refugiados para tentar reconstruir a vida.
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O refugiado Mohammad Nakkar, de 26 anos, nascido em Aleppo, na Síria, ama morar no Brasil e só tem a agradecer ao governo e aos brasileiros pela oportunidade de viver em paz.
— Eu vim para o Brasil porque queria viver em um país livre e pacífico. Quero ter uma vida normal e trabalhar para ganhar o meu dinheiro.
Mohammad dá aulas de inglês em uma escola particular na Grande São Paulo e está feliz com o trabalho que conquistou.
— Os refugiados não são pessoas pobres, não querem dinheiro de graça. Só viver em paz.
Ele conta também que o Brasil não os trata como pessoas diferentes, eles são iguais aos próprios cidadãos brasileiros.
— A coisa mais importante que vejo aqui é o respeito, amor e igualdade.
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De acordo com o CONARE (Comitê Nacional para Refugiados), São Paulo tem sido o Estado brasileiro que recebe a maioria dos refugiados.
Até 2012, segundo o ACNUR (Alto Comissariado das Nacões Unidas para Refugiados no Brasil), São Paulo respondia sozinho, por mais da metade das solicitações de refúgios, mantendo a tendência no ano de 2013 e 2014.
*Texto: Juliana Venturi Tahamtani, estagiária do R7
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A histórica e triste imagem do pequeno Aylan sem vida e com o rosto repousando na areia de uma praia turca despertou o mundo para a emergência humanitária que agora atinge a Europa. Mas, por outro lado, evidenciou a incompreensão da sociedade sobre as ...
A histórica e triste imagem do pequeno Aylan sem vida e com o rosto repousando na areia de uma praia turca despertou o mundo para a emergência humanitária que agora atinge a Europa. Mas, por outro lado, evidenciou a incompreensão da sociedade sobre as particularidades de uma situação que piora dia a dia. A morte do menino de três anos não é o episódio mais emblemático de um problema europeu, italiano, húngaro, grego, alemão ou mesmo sírio. Ela é resultado da mais grave crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, algo que afeta todo o planeta e que, por isso, exige soluções globais. "Não estamos falando de uma crise só, estamos falando de várias. As nacionalidades que estão atravessando o Mediterrâneo são muitas. Tem que ser feito um esforço integrado e levar em conta não apenas aspectos de direitos humanos, mas também elementos que tenham a ver com políticas de desenvolvimento nos países de origem e de resolução de conflitos", diz o representante no Brasil do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), Andrés Ramirez


























