Condenados por abuso coletivo são soltos e espanholas protestam
O caso que ficou conhecido no país como "caso da manada" — como os agressores se identificavam em um grupo de whatsapp — chocou a Espanha
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
Os cinco homens condenados por atacarem sexualmente uma jovem de 18 anos durante as festas de tourada, na Espanha, em 2016, foram colocados em liberdade nesta sexta-feira (22), após pagarem fiança de cerca de R$ 26 mil reais.
José Ángel Prenda, Alfonso Cabezuelo, Antonio Manuel Guerrero, Jesús Escudero e Ángel Boza foram condenados a nove anos de prisão por abuso sexual.
O caso que ficou conhecido no país como "caso da manada" — como os agressores se identificavam em um grupo de whatsapp — chocou a Espanha.
Os homens foram presos, mas no ano passado, durante o julgamento, foram condenados por abuso sexual, mas não pelo crime de estupro.
A justiça espanhola entendeu, na ocasião, que não houve intimidação ou violência contra a vítima, requisito para que o grupo fosse condenado por estupro e ter uma pena mais dura.
O grupo atacou a jovem em grupo, gravaram e divulgaram as imagens do ataque.
Protestos contra a libertação
Após a decisão de libertação dos condenados, as mulheres espanholas tomaram as ruas em diversas cidades: Sevilha, onde vivem os cinco homens, Barcelona, Madri e Bilbao. Elas carregam cartazes e gritam contra libertação dos agressores.
A vítima vive em Madri e nenhum dos cinco homens pode voltar à capital espanhola por decisão judicial.
As manifestantes, em sua maioria ligadas à movimentos feministas, estão fazendo campanha para que nenhum dos homens sejam recontratados em seus antigos empregos e para que os estabelecimentos comerciais de Pamplona não prestem atendimento para eles.
Em diversos comércios, as organizações feministas colaram cartazes que dizem "este é um espaço seguro para as mulheres".
Às lojas que atenderem os cinco condenados de abuso, elas propõem um boicote.