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Congresso dos EUA bloqueia R$ 520 bilhões em ajuda para Ucrânia e para Israel

Republicanos colocam como condição para liberar dinheiro medidas para barrar a entrada de imigrantes ilegais pelo México

Internacional|

Congresso EUA, o Capitólio
Congresso EUA, o Capitólio Congresso EUA, o Capitólio

O Congresso dos Estados Unidos bloqueou nesta quarta-feira (6) um pacote de US$ 106 bilhões (cerca de R$ 520 bilhões) em recursos para Ucrânia e Israel devido à oposição de republicanos, que, em troca, exigem reformas para frear a entrada de migrantes pela fronteira com o México.

Este bloqueio é um duro golpe para o presidente democrata Joe Biden, que horas antes solicitou a aprovação desses recursos em um discurso solene.

"Isso não pode esperar", disse. "Francamente, acredito que é surpreendente que tenhamos chegado a esse ponto, no qual os republicanos no Congresso estão dispostos a dar a Putin o maior presente que ele poderia esperar", acrescentou.

O presidente advertiu que, se Putin, que ordenou a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, derrotar seu vizinho pró-Ocidente, "ele não vai parar por aí".

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O líder russo "seguirá em frente, deixou isso bem claro". Além disso, se a Rússia atacar um membro da Otan, "então teremos algo que não buscamos e que não temos hoje: tropas americanas lutando contra tropas russas", frisou.

Os Estados Unidos são o país que mais proporciona apoio militar a Kiev, com mais de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 540 bilhões, na cotação atual) desde a invasão russa.

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Mas a promessa do presidente democrata de continuar com o apoio financeiro à Ucrânia está em perigo, um cenário catastrófico para Kiev, no momento em que sua contraofensiva vacila.

'Concessões'

Os ucranianos insistem em que precisam de mais armas.

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Mas os congressistas conservadores, que ainda apoiam publicamente a Ucrânia, condicionam essa ajuda a um claro endurecimento da política migratória diante da chegada de migrantes pela fronteira com o México.

Antes da votação, Biden disse que estava disposto a fazer "concessões significativas" aos republicanos. As negociações continuam.

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À espera de que deem frutos as negociações, Washington anunciou nesta quarta uma nova ajuda militar a Kiev de US$ 175 milhões (R$ 858 milhões) procedentes dos cofres do Executivo. Serão destinados a equipamentos de defesa aérea, mísseis e munições de artilharia.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, cancelou na terça-feira (5), no último minuto, um discurso por videoconferência dirigido aos membros do Congresso americano, mas falou nesta quarta com os líderes dos países do G7.

Putin conta com o "colapso" do apoio ocidental à Ucrânia, disse Zelensky aos mandatários, e reconheceu que o Exército russo "aumentou significativamente a pressão" no front.

"A Rússia só espera uma coisa: que a unidade do mundo livre desmorone no próximo ano. A Rússia acredita que os Estados Unidos e a Europa vão mostrar fraqueza, e não vão manter seu apoio à Ucrânia no nível apropriado", disse o presidente ucraniano.

Antecipando um risco de enfraquecimento do apoio a seu país, Zelensky viajou a Washington em setembro, onde se reuniu com Joe Biden e falou com congressistas.

Sua visita, entretanto, não teve o efeito desejado. Mergulhado em crises internas que levaram à destituição do ex-presidente da Câmara dos Representantes, o Congresso acabou não dando sinal verde a novos recursos para sua ofensiva.

Ao contrário da maioria dos democratas, o senador Bernie Sanders, autoproclamado socialista, votou contra o pacote por "profundas preocupações" sobre o envio de dinheiro ao "governo de extrema direita" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

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