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Conheça o pedaço da Amazônia que faz parte da França

A Guiana Francesa tem quase 99% de seu território coberto pela floresta amazônica, mas a preservação também é uma questão importante lá

Internacional|Fábio Fleury, do R7


A floresta amazônica cobre 99% do território da Guiana Francesa
A floresta amazônica cobre 99% do território da Guiana Francesa

As críticas e trocas de ofensas entre os presidentes da França, Emmanuel Macron, e do Brasil, Jair Bolsonaro, por conta das queimadas na Amazônia brasileira levantaram discussões sobre a interferência francesa na região.

Uma questão que tem sido pouco abordada é que Macron governa parte do território que é coberto pela floresta, a Guiana Francesa, que é um departamento (unidade equivalente a um estado brasileiro) ultramarino.

Leia também: Macron diz que, na 'situação atual', não assina acordo Mercosul-UE

O território da Guiana é quase completamente preenchido por florestas tropicais: segundo dados da FAO (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o total é de 99% das terras guianenses.

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A Guiana Francesa é o segundo maior departamento da França, com uma área total de 83.534 km². Praticamente todo esse território é coberto pela floresta, e a preservação ambiental é algo que a população local também cobra do governo Macron.

Críticas indígenas

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Em um artigo publicado no último domingo (25) no portal Franceinfo, o Grande Conselho dos povos indígenas da Guiana Francesa rechaça as queimadas na Amazônia e as políticas ambientais brasileiras e, ao mesmo tempo, critica a postura do presidente francês para a região.

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"O fogo não é o único perigo que ameaça ou destrói a Amazônia. O extrativismo é em grande parte responsável. E ficamos surpresos com a posição do presidente Emmanuel Macron, que insiste em denunciar a destruição da Amazônia brasileira ou boliviana, mas ao mesmo tempo destina 360.000 hectares de floresta para empresas de mineração multinacionais na Guiana e na Amazônia francesa", diz o artigo.

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Em entrevista ao jornal L'Obs, Christophe Pierre, vice-presidente do conselho, questionou as prioridades do governo. "Essa área (de 360 mil hectares) é o equivalente a metade do que foi queimado na floresta na Bolívia", ressaltou.

O governo se defendeu, alegando que essa permissão, em um primeiro momento, seria apenas para que as mineradoras possam mandar funcionários para verificar os recursos minerais dessas regiões.

Garimpo ilegal

Outro problema grave, segundo o jornal Le Parisien, é o garimpo ilegal. De acordo com as estimativas do governo, cerca de 10 mil garimpeiros trabalham de maneira ilegal em território guianense. A maior parte deles seria de brasileiros que cruzam a fronteira escondidos para trabalhar.

A poluição que os garimpos causam nos rios da região é um problema que a polícia francesa mantenha uma missão permanente na Guiana Francesa com 500 homens desde 2008.

Recentemente, o governo francês cancelou um projeto chamado "Montanha de Ouro", uma mina a céu aberto que previa a retirada de até 85 toneladas de ouro de uma área de 800 hectares durante 12 anos, devido à pressão de entidades indígenas e de preservação ambiental.

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