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Conheça os principais temas da reunião entre Trump e Kim Jong-un

O primeiro encontro entre presidentes dos EUA e da Coreia do Norte desde o fim da Guerra da Coreia terá arsenal nuclear e sanções sobre a mesa

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Trump e Kim jong-un se encontrão em Cingapura
Trump e Kim jong-un se encontrão em Cingapura

A confiança do presidente Donald Trump no sucesso do seu encontro com Kim Jong-un, líder norte-coreano, em Cingapura, só será traduzido na prática se alguns temas pendentes forem resolvidos na cúpula. A reunião começa às 9h do aguardado dia 12 de junho no horário local — 22h desta segunda-feira (11) no Brasil.

Também do lado da Coreia do Norte, algumas condições serão necessárias para que o imprevisível Kim Jong-un mantenha a postura conciliadora e diplomática que adotou desde o início de 2018, com vistas a assegurar a paz e abrir o país para o comércio global.

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Veja os principais temas do encontro histórico, o primeiro entre os líderes dos dois países, desde o fim da Guerra da Coreia (1953).

Arsenal nuclear


A exigência básica dos Estados Unidos, já conhecida pelos norte-coreanos, é que Pyongyang livre-se de suas armas nucleares e não mais realize testes de mísseis balísticos nucleares.

Jong-un parece ter entendido o recado ao suspender, em abril, os testes deste tipo e afirmar ao presidente sul-coreano, Moon Jae-in, no encontro histórico do último dia 27 de abril, que tem interesse em uma paz definitiva com a Coreia do Sul e com seu principal aliado, os EUA, prometendo dar fim às hostilidades.


Sanções comerciais

Para a Coreia do Norte, o interesse maior em uma aproximação com o Ocidente é dar um fim às sanções comerciais impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).


Desde 2008, os EUA lideram a implantação de sanções contra Pyongyang. Ativos de pessoas e empresas foram congelados e as exportações foram proibidas. Tudo por causa da manutenção do programa nuclear norte-coreano.

Na última sanção, apoiada por China e Rússia, foi reduzida 90% da importação de petróleo da Coreia do Norte. Os bloqueios chegaram a provocar redução de 3,1 bilhões de dólares (mais de 10% do PIB) no faturamento do país.

Além dos prejuízos econômicos, foi cortado 89% do acesso do regime de Jong-un a gasolina, diesel e outros derivados do petróleo, sufocando a economia do país, já prejudicada por problemas como seca.

Libertação de prisioneiros

Países, como o Japão, e entidades de defesa dos direitos humanos, como a ONU, já manifestaram o desejo de ver incluída na pauta a libertação de prisioneiros do regime norte-coreano, detidos principalmente nos anos 70 e 80.

Muitas destas pessoas, estimadas entre 80 mil e 120 mil, são japonesas. Os prisioneiros realizam trabalhos forçados em acampamentos específicos. Os EUA, que no início de maio tiveram três prisioneiros libertados, deverão levar o assunto para a mesa de negociações.

Proteção à Coreia do Norte

O principal temor do governo norte-coreano é abrir mão de seu arsenal e ficar isolado. Membros do alto escalão local chegaram a citar o exemplo do ditador Muamar Kadafi que, sem ter como se defender, viu seu regime ruir e acabou morto após ser deposto na Líbia.

Trump garantiu que, caso a Coreia do Norte realmente cumpra suas promessas de deixar de lado os testes nucleares, o país terá uma "proteção muito forte".

Manutenção do regime e de posições

Trump deverá deixar claro que o encontro não tem como objetivo estimular uma mudança de regime na Coreia do Norte. Por outro lado, já adiantou que não irá negociar a retirada dos cerca de 30 mil soldados americanos que permanecem na Coreia do Sul, seu maior aliado na região.

Controle de hackers

É possível que Trump cobre de Jong-un um maior controle e punição à ação de hackers que invadem sistemas de instituições americanas.

Em 2016, hackers norte-coreanos tentaram roubar US$ 1 bilhão do Federal Reserve Bank de Nova York e só foram flagrados por causa de um erro ortográfico, ao escreverem "fandation" em vez de "foundation", tendo conseguido desviar, porém, 81 milhões de dólares.

Outros temas

Diante da imprevisibilidade de ambos os líderes, é muito provável que o roteiro pré-estabelecido seja desviado algumas vezes

Temas como uma futura reunificação com a Coreia do Sul, se for desejo norte-coreano, e a influência da China, principal concorrente comercial dos EUA na região, também poderão ser discutidos, assim como movimentações dos países no Mar do Japão, em parte reivindicado por Japão e China.

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