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Conselho da ONU aprova envio de força multinacional ao Haiti

A missão, solicitada em 2022 pelo próprio governo do país, será liderada pelo Quênia

Internacional|Do R7


Missão policial no Haiti será liderada pelo Quênia
Missão policial no Haiti será liderada pelo Quênia

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (2) o envio, pelo período de um ano (prorrogável), de uma força multinacional para ajudar a polícia do Haiti, atendendo a um pedido feito em 2022 pelo próprio governo do país e imediatamente apoiado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. A resolução foi adotada por 13 votos a favor e duas abstenções (Rússia e China), sem nenhum voto contrário entre os 15 membros do conselho, um fato raro em tempos recentes de grande divisão geopolítica.

De qualquer forma, fontes do conselho disseram à agência EFE que não se espera uma mobilização imediata, mas que o processo leve "vários meses" até que os agentes comecem a patrulhar as ruas do Haiti. A resolução foi aprovada depois de um longo mês em que o rascunho preparado por Estados Unidos e Equador circulou, com as negociações mais difíceis na parte da limitação da venda de armas ao país, que a China queria que fosse a mais ampla possível e os EUA queriam que fosse limitada a alguns grupos criminosos conhecidos, disseram as fontes.

Relutância da América Latina em contribuir com tropas

Sabe-se que a missão de cerca de mil agentes será liderada pelo Quênia, que fornecerá a maior parte do contingente. Vários países do Caribe — incluindo Jamaica, Barbados e Bahamas — também manifestaram disposição de contribuir com militares, em números a ser determinados. Por outro lado, chama atenção o fato de nenhum país latino-americano ter se manifestado a respeito do assunto, embora o México tenha deixado claro que contribuirá à sua maneira, concordando em treinar 660 agentes em seu território (550 já treinados e 110 em fase de preparação).

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A mesma atitude será adotada pelo Brasil, disseram fontes do país à EFE, que descartaram o envio de agentes para o local. Já o governo dos EUA sinalizou uma ajuda de duas parcelas de US$ 100 milhões (R$ 506,7 milhões) procedentes dos departamentos de Estado e de Defesa, sujeitas à aprovação do Congresso, para as necessidades logísticas da missão. 

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Missão policial, não de capacetes azuis

Guterres deixou claro desde o início que seu pedido de uma força para o Haiti precisaria do apoio do Conselho de Segurança para ter legitimidade internacional, mas ele descartou uma missão de interposição ou de capacetes azuis, dada a trágica experiência da última investida desse tipo.

Em 2017, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) retirou sua missão de interposição no Haiti depois de 13 anos, em meio a um grande escândalo, quando seus membros foram considerados responsáveis por um vazamento de água que causou um surto de cólera que matou mais de 7.000 haitianos.

Esse fato, somado a alegações de abuso sexual, deixou a imagem da ONU seriamente manchada por um longo tempo, e o envio de uma missão semelhante foi totalmente descartado. A força que será enviada agora será exclusivamente de natureza policial e ficará sob o comando da polícia haitiana. 

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