Conselho de Segurança da ONU faz reunião de emergência sobre a questão Rússia x Ucrânia; assista
Estados Unidos e União Europeia estão preparados para adotar mais medidas severas contra a Rússia
Internacional|Do R7, com informações da EFE
O Conselho de Segurança das Nações Unidas fará sua segunda sessão de emergência em três dias por causa da crise entre Ucrânia e Rússia, "em razão da evolução militar" no terreno, informaram fontes diplomáticas. A reunião, que foi solicitada por Kiev mais cedo nesta quarta-feira (23) e apoiada pelos membros ocidentais do Conselho (veja no vídeo acima a transmissão ao vivo do canal da ONU).
O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, discutiram nesta quarta-feira a "agressão" e as ações "ilegais" da Rússia contra a Ucrânia e se mostraram preparados para adotar "mais medidas severas".
Os dois diplomatas se falaram por telefone para "discutir a agressão da Rússia e as ações ilegais contra a Ucrânia", contra as quais ambos os blocos "estão unidos", disse Borrell na sua conta oficial no Twitter.
"Estamos prontos para responder a possíveis próximos passos com medidas mais severas", acrescentou. Uma "prontidão" para impor "sanções poderosas adicionais" à Rússia se este país avançar com a sua invasão da Ucrânia foi também frisada pelo secretário de Estado americano, de acordo com uma declaração do Departamento de Estado em Washington.
O Conselho da União Europeia (UE), que reúne os Estados-membros, adotou formalmente nesta quarta-feira as sanções da UE contra a Rússia pelo reconhecimento da independência das regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk. Entre as sanções estão a proibição de altos cargos russos viajarem para a Europa, limites ao acesso de Moscou aos mercados financeiros europeus e um embargo comercial às regiões separatistas.
Este pacote atinge os 351 membros da Duma que votaram pelo reconhecimento, assim como 27 indivíduos e entidades que ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia. As medidas abrangem os setores político, militar, empresarial e da comunicação. Com estas medidas restritivas, existem agora 555 indivíduos e 52 entidades russas sancionadas pela UE desde março de 2014, em resposta à anexação ilegal da Crimeia e à desestabilização deliberada da Ucrânia.
As novas sanções da UE se juntam a medidas semelhantes contra a Rússia adotadas pelos EUA e outros aliados transatlânticos, como o Reino Unido, em retaliação ao avanço militar da Rússia no leste da Ucrânia.
Nesta quinta-feira (24), os chefes de Estado e de governo da UE se reunirão em Bruxelas para uma cúpula de emergência convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre a situação na Ucrânia após a escalada de agressão da Rússia nos últimos dias, uma vez que "o uso da força e da coerção para mudar as fronteiras não tem cabimento no século XXI".
Pela manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, receberá o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, para debater a mesma questão. Michel e Von der Leyen participarão também de uma reunião na quinta-feira convocada pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que contará com a presença dos líderes dos grupos políticos do Parlamento para discutir os últimos acontecimentos na Ucrânia.